Esquadrilha da Fumaça- Acidente de Lages foi há um ano

Hoje é Sexta-feira Santa, uma data que muitas pessoas costumam dedicar a orações, penitências e reflexões.

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Hoje é Sexta-feira Santa, uma data que muitas pessoas costumam dedicar a orações, penitências e reflexões. Porém, uma data que ficará marcada na memória de muitos lageanos com tristeza, devido ao acidente que ocorreu no Aeroporto Federal de Lages, na apresentação de um show da Esquadilha da Fumaça, que vitimou, em 2010, o capitão Anderson Amaro Fernandes, 33 anos.

O show foi promovido para comemorar os 68 anos do Aeroclube de Lages. O administrador do aeroclube, Cleo Sari Junior, ressalta o profissionalismo dos outros pilotos, que precisaram manter a calma até pousar na pista. “Todos eram amigos de Anderson e tiveram que ter muita frieza, apesar de todos terem treinamento para situações como esta, eles têm sentimentos. Em 15 dias, já estavam fazendo shows em outros lugares. Temos que tirar o chapeu para eles”, diz. O gerente do aeroporto Holdann Riola Taborda, lembra de um outro acidente que ocorreu dia 18 de maio de 1997 na cabeceira da pista do aeroporto. Duas aeronaves se chocaram e 13 pessoas morreram. “Também teve um outro acidente, mas esse não foi no aeroporto. Uma aeronave colidiu em um morro aqui perto e três pessoas morreram”, completa. Ele acredita que o piloto teve um momento de lucidez, pois a última apresentação era em cima de uma parte do público que saiu ileso. “Era um dia de festa, todos levaram um susto e ficaram chocados, lembramos com muita tristeza a data. Porém, pelo menos o acidente vitimou somente o piloto, o público saiu ileso”, finaliza. Comentários especulam motivo do acidente Depois do acidente, algumas pessoas chegaram a dizer que foi castigo de Deus, pois era um dia para ser dedicado à oração e não a comemorações. “Deus não castiga ninguém, Ele é misericordioso deu a própria vida para todos serem salvos. O acidente foi uma fatalidade que aconteceu naquele dia, mas somente isso”, comenta o coordenador do movimento do Tabor, Hélio Furlan. Ele coloca que a Sexta-feira Santa é um dia para ser dedicado a oração, penitência e reflexão. “Existem várias outras datas para serem festejadas, é um fato que deve ser considerado”, completa. Laudo não será divulgado Ninguém que estava no show da Esquadrilha da Fumaça, entendeu o que aconteceu para ocasionar o acidente. Muitos se perguntavam no local se foi falha mecânica ou humana, ou porque o piloto não ejetou quando percebeu a queda eminente. As dúvidas irão continuar pois o tenente-coronel Mota de Souza do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, (Cenipa), explica que todos os relatórios finais ficam restritos ao comando da Aeronáutica. “As investigações devem sempre ser concluídas em um ano e a deste acidente já foi encerrada há algum tempo. Porém, o relatório final está sendo executado e não tem prazo para ser finalizado. E somente o comando terá conhecimento”, diz. “O show vai continuar” Um verdadeiro show de acrobacias invadiu o céu de Lages, seis meses depois do acidente da Esquadrilha da Fumaça, no Aeroporto Federal de Lages. A frase “O Show vai Continuar” escrito no céu durante as mais de 40 acrobacias aéreas realizadas pelos pilotos, homenageou a cidade de Lages. Mais de 20 mil pessoas prestigiaram a apresentação que contou também com a inauguração do angar, batizado com o nome do capitão Anderson Amaro Fernandes. Depoimentos demonstram como foi o acidente A Defesa Civil estimou na época, que pelo menos 40 mil pessoas prestigiavam a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Depois do acidente que vitimou o piloto Anderson Amaro Fernandes, a maioria das pessoas que estavam assistindo a apresentação, queriam sair o mais rápido possível do local. Porém, muitos curiosos queriam ir até o aeroporto para ver o que aconteceu, pois a fumaça preta ocasionada pela explosão da aeronove, foi vista de outros bairros. As ruas próximas ficaram congestionadas por muito tempo e o transtorno foi imenso. A autônoma Andreia da Silva Sant’Ana, estava com o esposo, filhos, sobrinhos e irmã, no dia que aconteceu o acidente no aeroporto. “Nós estávamos maravilhados com a apresentação e tivemos a impressão que o avião iria cair em cima da gente. O piloto estava muito próximo e logo percebemos que alguma coisa estava errada”, recorda. Ela conta que quando o piloto caiu no chão, a sensação foi horrível. “Vimos aquele fogo tão perto da gente, começamos a chorar e nos abraçamos. Mas logo saímos dali e fomos embora, ficamos com medo, afinal havia outros pilotos que ainda estavam no céu. Nosso carro estava próximo, então saímos rápido e não enfrentamos congestionamentos”, conta. O estudante Augusto Kauling, 19 anos, foi uma das pessoas que demorou para conseguir sair do aeroporto. “Demora no máximo 10 minutos para chegar em casa, pois moro perto do aeroporto, mas naquele dia eu e meus amigos levamos mais de uma hora. Muitas pessoas queriam sair e outras estavam vindo para cá ver o que aconteceu. O tumulto foi grande”, lembra. O tio de Augusto, Paulo Roberto Kauling, era piloto e faleceu no acidente de 1997 que ocorreu no Aeroporto Federal de Lages. Apesar disso, ele pretende ser piloto e garante que o fato não o desestimulou a seguir o seu sonho. “Demorei um tempo para perder o medo, mas nunca desisti de seguir meu sonho. Minha família sempre me apoia e isso ajuda muito”, coloca. O primo de Augusto, estava junto com ele no dia da apresentação. “Foi chocante, pois era um dia de comemoração e o fato do acidente ter ocorrido no aeroporto, me fez recordar do meu tio que faleceu no mesmo local”, lembra Bruno Carlos Correa.

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