Antes de sogro morrer, suspeita de envenenar bolo levou banana e leite em pó para casa dele

Deise Moura dos Anjos, que está presa, é investigada por três mortes e três tentativas de homicídio.

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Antes de sogro morrer, suspeita de envenenar bolo levou banana e leite em pó para casa dele

Deise Moura dos Anjos, suspeita de ter envenenado o bolo de Natal que matou três pessoas da mesma família, em Torres, no Litoral Norte, levou bananas e leite em pó para a casa dos sogros antes deles passarem mal, em setembro. O sogro, Paulo Luiz dos Anjos, morreu dois dias depois por intoxicação alimentar. 

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Os depoimentos colhidos pela Polícia Civil para esclarecer o envenenamento do bolo, mostram uma relação conturbada — sobretudo entre quem preparou o doce, Zeli dos Anjos, e sua nora, Deise, que está presa por suspeita de ter envenenado a iguaria. As duas tinham uma briga que se estendia há 20 anos. 

Nos depoimentos, a relação entre as três irmãs (Zeli, Maida e Neuza) é descrita como "maravilhosa" por todos os interrogados, ao contrário da relação de Zeli com a nora. Um dos depoentes define Deise como "manipuladora" e a responsabiliza por afastar os pais do seu marido. Ela também teria enviado mensagens ofensivas a familiares, anos atrás. Para Zeli, a nora teria dito, conforme uma testemunha: "Tu ainda vai ver tua família num caixão".

Em depoimento à Polícia Civil, Deise diz que em agosto de 2024 houve uma tentativa de reconciliação. Ela e o marido foram a Arroio do Sal e levaram bananas e leite em pó para Zeli e Paulo. As bananas teriam sido pegas na casa de Canoas de Zeli e Paulo, que havia sido atingida pela enchente. Depois da visita, segundo Deise, voltaram a Nova Santa Rita, onde residiam.

No dia seguinte, Zeli e Paulo passaram mal após comerem os alimentos. Segundo uma testemunha, uma das irmãs de Zeli, Maida, recomentou que levassem as bananas para exame em laboratório, para ver se estavam infectadas. Zeli não quis, dizendo que talvez o problema não fossem as bananas ou o leite em pó, mas a água do poço. 

Paulo acabou morrendo, com crises de vômito, diarreia e sangramentos estomacais, interpretados na ocasião como sintomas de infecção alimentar. Maida teria dito ao marido que, se mais alguém tivesse problema, ia mandar examinar alimentos da casa. Ela desconfiava de Deise em relação à morte de Paulo. O marido de Maida contou à polícia que uma semana antes do ocorrido com o bolo, foram à casa de Zeli fazer um churrasco e levaram todos os alimentos por medo de consumir o que havia ali armazenado.

A desconfiança da polícia é que Paulo tenha morrido envenenado. Até porque uma testemunha disse que Deise, em meio a uma discussão, falou ao sogro: "Quero que tu morra!".

Outro acrescentou: a relação do casal com o filho e nora era conturbada, sendo pior com a nora. Passaram anos se boicotando em festas familiares e formaturas, mas teriam feito as pazes durante a enchente de 2024 (quando Zeli teve a casa inundada em Canoas e se mudou para Arroio do Sal).

Briga se agravou após saque bancário

A própria Deise, em depoimento à polícia, relatou problemas no casamento por causa da família. Ela acusa a sogra de ser egoísta, de querer o filho só para si e de ter invadido a privacidade do casal, desde 2001, quando se conheceram. A desavença com Zeli teria aumentado depois que, em agosto de 2004, a sogra sacou dinheiro de uma conta do filho, "sem autorização", descreveu Deise. O valor foi devolvido, "mas a relação nunca mais foi a mesma".

Questionada se comprou veneno para colocar em alimentos, Deise negou, mas relata que Zeli teria adquirido "matamato" (herbicida) e veneno para matar rato para usar na casa.

Policiais questionaram se ela fez pesquisas na internet a respeito de "venenos fatais para humanos", ela confirmou, tendo aparecido na tela "chumbinho" e veneno de rato. Ela disse que fez isso após a morte do sogro, porque a sogra desconfiava que ele pudesse ter morrido envenenado e não por infecção bacteriana.

Isso foi em setembro. Ela disse que já em 24 de dezembro realizou nova pesquisa, ao saber do envenenamento que vitimou a sogra e as irmãs dela. Alegou que pesquisou também sobre arsênico, ao tomar conhecimento dos sintomas das mortes. Ela ainda acrescentou que "não há bens a serem herdados" e que não teria motivo para envenenar ninguém.

Deise alega que, se quisesse algo ruim para a família, não teria assumido as desavenças familiares que, sim, possui. Admite que apelidou Zeli de "Naja", mas jamais desejou a morte da sogra ou de alguém da família. E disse estar triste por ter sido acusada de ter envenenado alguém, apesar de terem ocorrido muitas "picuinhas" na família.

Fonte:

GZH

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