Após vir à tona com as escavações realizadas no entorno do Rio Canoas para a construção da Usina Hidrelétrica Garibaldi, uma parte da história da Serra e do Meio-Oeste Catarinense poderá ser agora revisitada pela população no Centro Arqueológico da Unoesc. O espaço, inaugurado nesta sexta-feira (6), foi construído em parceria com a CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no País e responsável pela operação da Usina Hidrelétrica Garibaldi desde 2015. Participaram representantes da Universidade, autoridades locais, comunidade acadêmica e representantes da CTG Brasil.

— É um local de estudo e pesquisa que preserva a história, marcando o presente e o futuro das próximas gerações. Agradecemos a parceria que proporcionou a construção deste espaço — afirmou o reitor da Unoesc, professor Aristides Cimadon.

O acervo é composto por mais de 11 mil peças que refletem o modo de vida de grupos indígenas que habitaram a região antes da chegada dos europeus: os caçadores coletores, que estiveram no Estado há mais de 12 mil anos, e o grupo dos ceramistas-horticultores, que viveram há cerca de dois mil anos. As peças - fragmentos de louças, vidros, cerâmicas, pontas de flechas e outros objetos - foram encontrados durante os estudos e a escavação para a construção da Usina Hidrelétrica Garibaldi, no Rio Canoas. Esse trabalho, previsto pela legislação ambiental brasileira, determina a realização de pesquisas arqueológicas em grandes obras de infraestrutura com o objetivo de preservar vestígios históricos.

O Centro Arqueológico será uma ferramenta de articulação de ensino, pesquisa e extensão para vários cursos da Unoesc, público externo da Instituição e para toda a comunidade escolar da região, uma vez que estará aberto para visitação de toda a comunidade de terça a sexta-feira, no período da tarde ou em outros dias e horários com visita monitorada por meio de agendamento no e-mail [email protected]

— Além de fomentar a cultura e pesquisas, ter um Centro Arqueológico como esse funcionando na Unoesc reforça o papel da Universidade na sua missão de educar e de desenvolver as regiões onde está inserida. Convidamos a todos para que venham conhecer — afirmou o coordenador do Museu, Tiago Diersmann.

Ronan Max Prochnow, coordenador de Meio Ambiente da CTG Brasil, lembrou que a parceria com a Unoesc não se encerra após a inauguração do Centro Arqueológico. Além de patrocinar todo o custo operacional do espaço até 2025, a empresa e a Universidade vêm trabalhando de forma conjunta na qualificação de professores nas cidades do entorno da Usina Garibaldi, com foco na preservação ambiental e educação patrimonial arqueológica.

 — Essas ações abrem portas para futuras parcerias. Para nós, é muito importante ter instituições de ensino como a Unoesc ajudando a empresa a melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades do entorno da Usina Garibaldi por meio da preservação e da conscientização ambiental — disse.

Sobre o Centro Arqueológico, Prochnow destacou que a ideia é que o espaço se transforme daqui para frente em um centro de referência para pesquisas em arqueologia, aprofundando conhecimentos e o relacionamento com outras comunidades de pesquisadores do Brasil e do exterior.