Tragédia climática que atingiu o RS pode se repetir no Meio-Oeste catarinense?

A história ensina que sim! É importante se solidarizar com o povo gaúcho, mas tão importante ainda é aprender e se preparar.

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O Rio do Peixe em Joaçaba em outubro de 2022. (Arquivo Portal Éder Luiz)
O Rio do Peixe em Joaçaba em outubro de 2022. (Arquivo Portal Éder Luiz)

A resposta é sim! E é baseada no que já aconteceu em uma história recente, que muitas gerações que vivem no Vale do Rio do Peixe ainda lembram. São vários os registros de enchentes, a mais devastadora completou 40 anos em julho deste ano e aconteceu em 1983.

Registros daquele ano mostram que os números da tragédia são impressionantes: mais de 200 pessoas perderam suas vidas e milhares ficaram desabrigadas em Santa Catarina, no fenômeno que atingiu de maneira forte também o Vale do Rio Itajaí, mais intensamente na região de Blumenau. A infraestrutura do estado foi severamente danificada, com estradas destruídas, pontes arrancadas e sistemas de abastecimento de água e energia prejudicados. O prejuízo econômico também foi imenso, afetando setores como agricultura, comércio e turismo.

O alerta de novas tragédias está aceso por que os fenômenos climáticos estão cada vez mais fortes, muito por conta do aquecimento global, que de fato é uma realidade e vem mostrando isso há anos, com o registro de tornados, como o que atingiu Xanxerê há poucos anos, e furacões, como o Catarina, coisas que até então só víamos bem longe daqui, em outros continentes.

Outro fenômeno que se tornou recorrente são os grandes volumes de chuva em curto espaço de tempo, o mais recente exemplo aconteceu no começo deste ano em Santa Catarina, quando a cidade de Alfredo Wagner foi severamente afetada. O município recebeu uma precipitação de 130,4 mm de chuvas em poucas horas.

Ao longo destes 40 anos vimos o Rio do Peixe subir várias vezes. As últimas duas vezes em que o alerta foi mais severo são recentes e aconteceram em maio de 2022 e em outubro de 2022.

Relatos de 1983 contam que o rio subiu muito rápido, não dando muito tempo para as famílias salvaram seus bens. O exemplo mais forte foi em Capinzal, onde várias casas que ficavam nas margens foram levadas, no local onde atualmente fica a área de lazer. A situação é muito parecida com a do Vale do Taquari, no RS, onde os moradores foram surpreendidos e cidades destruídas, com um número de mortos que passa dos 20. No RS o número de mortos pelo desastre natural é o maior desde a década de 80, no total já são 39.

Exemplos como estes levantam questionamentos importante: o que está sendo feito para se preparar? O que aprendemos com a enchente de 83, um dos nossos maiores desastres climáticos?

Aqui o que vemos são ainda casas e edificações muito próximas as margens, centros comerciais e administrativos também dentro de áreas que podem ser alagadas. Embora em menor número que na década de 80 e com uma vegetação mais presente, o que pode amenizar os efeitos, o que precisa ser pensado é como será a resposta a um desastre com as dimensões do que aconteceu no estado vizinho e que lições os administradores municipais e estaduais podem aprender e não esperar o pior para já começar a planejar.

É importante se solidarizar com o povo gaúcho, mas tão importante ainda é cobrar a responsabilidade de nossos entes públicos sobre o que está sendo feito para que novas tragédias não se repitam.

A história ensina, mas é preciso agir!

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