SC soma 17 mortes de crianças e adolescentes por Covid; pediatra fala sobre cuidados
Número de vítimas até 18 anos no Estado corresponde a 0,3% do total de mortes provocadas pela doença até o momento.
Dezessete crianças e adolescentes já morreram em Santa Catarina vítimas do coronavírus desde o início da pandemia, conforme dados da Secretaria de Saúde (SES). O número equivale a 0,3% do total de mortes já registradas no Estado, que chegou nesta quinta-feira (7) a 5.522.
O último caso notificado foi do menino Davi Novaes Stehl, 9 anos, que morreu no último dia 31 de dezembro. Morador de Mirim Doce, no Alto Vale do Itajaí, ele não resistiu a complicações causadas pelo coronavírus. Seis meses antes, o garoto descobriu que estava com leucemia.
Já o primeiro foi um adolescente de 13 anos, que morreu na cidade de Dionísio Cerqueira, no dia 25 de maio do ano passado.
A vítima mais jovem foi um bebê recém-nascido, um menino indígena de José Boiteux que foi infectado ainda durante a gestação e que nasceu morto no dia 3 de agosto.
Segundo dados da SES, oito das 17 vítimas não tinham comorbidades, enquanto nove possuíam.
O total de casos de coronavírus confirmados em crianças de até 9 anos é de 13.789 em Santa Catarina. Já na segunda faixa etária utilizada no balanço da SES, entre 10 e 19 anos, são 29.677 casos confirmados. O número total de casos até agora, entre pessoas de todas as faixas etárias, é de 511.329.
Desde o início da pandemia, as crianças têm sido menos infectadas pela Covid-19 e, mesmo quando contaminadas, costumam apresentar sintomas leves ou nenhum sintoma. Ainda não há uma explicação científica clara para o fato, mas pesquisadores apontam que uma combinação de fatores do sistema imunológico infantil pode ser um dos motivos.
Segundo o infectologista pediatra Marcos Paulo Guchert, que trabalha no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, estudos têm mostrado que crianças têm quase metade da chance de se infectar por Covid-19 do que adultos, enquanto em adolescentes o risco de contaminação é parecido.
— Nesses casos, a chance de ter a forma grave da doença e possivelmente ir a óbito é infinitamente menor do que em adultos. O que percebemos é que em crianças e adolescentes há muito mais casos de infecção assintomática. O que ainda não está claro é o papel da criança como transmissor. Por conta disso, é ainda mais importante que os cuidados de prevenção sejam mantidos, também quanto a crianças e adolescentes, como uso de máscara, distanciamento e higiene de mãos — comenta Marcos Paulo Guchert.
Confira a relação de crianças e adolescentes que morreram de Covid em SC
Menino de 9 anos, Mirim Doce, em 31/12
Menina de 16 anos, em São José, em 25/12
Menina de 13 anos, em Ouro, em 22/12
Menino de 13 anos, Major Vieira, em 9/12
Menino de 3 anos, em Balneário Camboriú, em 5/12
Menina de 4 anos, em Morro da Fumaça, em 20/11
Menino de 16 anos, em São José do Cedro, em 20/11
Menina de 3 anos, em Palmitos, em 14/11
Menina de 6 anos, Itajaí, em 25/10
Menina de 15 anos, em Erval Velho, em 1/9
Menina de 4 anos, em Porto Belo, em 28/8
Menino de 17 anos, em Florianópolis, em 26/8
Menina de 16 anos, em Joinville, em 21/8
Menino de 12 anos, Gaspar, em 6/8
Recém-nascido, em José Boiteux, em 3/8
Menina de 1 ano em São José, 29/7
Menino de 13 anos, Dionísio Cerqueira, em 22/5