Região sul registrou 59 mortes por choque elétrico

Acidentes elétricos registram recorde no Brasil, 384 pessoas morreram em apenas seis meses.

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Região sul registrou 59 mortes por choque elétrico
Imagens: Site R7

Os registros de acidentes elétricos cresceram assustadoramente no primeiro semestre de 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). De janeiro a junho, foram contabilizadas 949 ocorrências envolvendo situações de curtos-circuitos, fugas de corrente, ausência de manutenção, dimensionamento incorreto das instalações e outros fatores que podem resultar em choques elétricos ou incêndios em comércios, residências ou indústrias, e até mesmo em hospitais. Deste total, 384 pessoas morreram.

No ano passado, no mesmo período, foram 759 registros. Em 2020, 741; e, em 2019, 826 acidentes. Ou seja: o primeiro semestre deste ano ultrapassou a cota, com folga, do último triênio.

Choques elétricos

No que tange aos choques elétricos, o 1º semestre de 2022 teve 458 casos, com 330 mortes. O número é maior do que o 1º semestre do ano anterior, quando foram apontadas 441 ocorrências, seguidas de 355 óbitos. Se comparado ao período de janeiro a junho de 2019, com 484 choques elétricos, os casos vêm diminuindo muito pouco, conforme comenta Fábio Amaral, engenheiro eletricista e diretor da Engerey Painéis Elétricos.

A região Nordeste continua sendo a campeã quando o acidente envolve choque elétrico, com um total de 138 ocorrências, que tiraram a vida de 109 pessoas. Em segundo lugar, as regiões Sudeste e Sul empataram com 92 ocorrências, sendo que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo aferiram 61 mortes e os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina fecharam o semestre com 59 óbitos.

Para o especialista, muitos desses acidentes de origem elétrica poderiam ter sido evitados se as pessoas dessem mais atenção à qualidade das instalações e não fizessem nenhum tipo de improviso ou gambiarra elétrica. “No que tange ao choque, por exemplo, há uma norma [NBR 5410] que obriga o uso do Dispositivo Diferencial Residual (DR) nas instalações elétricas. A função do aparelho é detectar fugas de corrente elétrica, como uma criança colocando o dedo na tomada, e assim desligar o circuito elétrico impedindo os acidentes ocasionados por choques elétricos, mas infelizmente a regra continua sendo ignorada”, afirma o especialista.

Incêndios

Outro dado que chama atenção na pesquisa da Abracopel é o aumento dos incêndios originados por sobrecarga de energia e posterior curto-circuito. Em 2019, foram 260 casos de incêndios oriundos de sobrecarga elétrica; em 2020, 287; e, no ano passado, 288. O levantamento engloba todo o Brasil.

Nas palavras do proprietário da empresa especializada há 20 anos no desenvolvimento de projeto e montagem de painéis elétricos, a sobrecarga elétrica se dá quando há um excesso de equipamentos elétricos conectados, ao mesmo tempo, a uma rede elétrica. “Aí o disjuntor dispara, uma vez que sua função é proteger a instalação elétrica e o usuário. No caso de corrente excessiva, os sistemas de fiação podem sobreaquecer, causando curtos-circuitos e até incêndios”, explica ele.

Lamentavelmente, no parecer de Fábio, os números da pesquisa da Abracopel demonstram o descuido dos brasileiros com a manutenção das instalações elétricas, que deve acontecer de dez em dez anos e ser realizada por profissionais devidamente capacitados.

Fonte:

Com informações Assessoria Engerey Painéis Elétricos

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