Projeções apontam que Florianópolis tem registrado mais de 500 novos casos de coronavírus por dia

Estimativa é da prefeitura. Hospitais sentem efeitos e já há unidades lotadas.

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Projeções apontam que Florianópolis tem registrado mais de 500 novos casos de coronavírus por dia

Projeções da prefeitura mostram que Florianópolis têm registrado mais de 500 novos casos de coronavírus por dia. Na terça (3), a estimativa é de que 549 tenham se contaminado nesse dia. Os hospitais sentem os efeitos e já há unidades lotadas.

Em 15 de setembro a Grande Florianópolis evoluiu da cor vermelha, gravíssima, para a cor laranja, grave, no mapa de risco do governo do estado. Durou pouco.

"Nós já estamos superando as taxas de contágio que nós tivemos no final de julho, início de agosto, quando a pandemia chegou no pico no estado de Santa Catarina. Ela teve uma pequena regressão em setembro, mas ela está voltando mais forte ainda", alertou o professor de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Lauro Mattei.

“O pior momento que nós já tivemos antes, que foi em meados de julho, nós tínhamos em torno de 300 casos por dia. Se nós voltarmos um pouco mais, que é quando a população tinha mais receio da doença, que era lá por maio ou abril, nós tínhamos 15 casos por dia. Então é uma diferença gigantesca comparado com o número de casos por dia e comparado com a reação que a gente tem das autoridades e também a reação da população conforme a situação que nós temos”, disse o professor de Departamento de Matemática da UFSC Giuliano Boava.

Os hospitais já sentem os efeitos. No Hospital Florianópolis, principal ala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) contra a Covid-19, a ocupação chegou a 100% na noite de quinta-feira (5). Na cidade toda, a taxa de ocupação era de 89%. A projeção de mortes da prefeitura da capital é de 100 até o fim do mês.

Na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), é possível ter uma amostra de como está o momento recente da Covid-19 na Grande Florianópolis. Em outubro, 69 servidores testaram positivo para a doença. Somados os meses de junho e julho, foram 25. As sessões agora ocorrem só de forma virtual.

“Reduzimos os servidores de 50% para 30%, as sessões, somente virtuais. E o público externo não acessa mais a assembleia, exceto em casos excepcionais”, disse a diretora-geral da Alesc, Natel Lorenz.

A Alesc também tomou essa decisão porque na sexta (30) sofreu a primeira perda por causa da Covid-19: o servidor Ricardo Oriano, de 58 anos. Ele trabalhava na Alesc desde 1982.

A Grande Florianópolis é a única região do estado em risco gravíssimo para a doença. A Prefeitura de São José estuda se tomará medidas mais restritivas. Na capital, também não há mudanças por enquanto. Biguaçu e Palhoça não informaram se tomarão novas estratégias.

A professora do Departamento de Saúde Pública da UFSC Josimari Telino de Lacerda afirmou que, com tantas pessoas descumprindo as normas sanitárias, não há como fiscalizar todo mundo ou como monitorar todos os contatos dos casos confirmados. Ela também defendeu três medidas para tentar frear o contágio: “Lockdown é necessário, precisamos restringir a circulação das pessoas. Teste rápido com PCR, pra eu saber quantas pessoas estão doentes no momento, e a sorologia, o teste de soroprevalência, para identificar quais são os locais de maior vulnerabilidade para atuar em medidas também em especial nesses grupos”.

Fonte:

G1/SC

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