Pfizer: pílula antiviral reduz risco de caso grave de Covid em 89%
O tratamento combinado, que terá o nome comercial de Paxlovid, consiste em três comprimidos administrados duas vezes ao dia, por três dias.
A farmacêutica Pfizer informou nesta sexta-feira (5) que sua pílula antiviral experimental contra o coronavírus reduziu o risco de hospitalização e morte em pacientes de alto risco que participaram do estudo. As chances de casos graves foram reduzidas em 89% com o medicamento. Nenhuma morte foi relatada entre as pessoas que tomaram o medicamento.
A Pfizer disse que planeja enviar resultados de testes provisórios para sua pílula, que é administrada em combinação com um antiviral mais antigo chamado ritonavir, à Food and Drug Administration dos Estados Unidos como parte do pedido de uso de emergência que abriu em outubro.
O tratamento combinado, que terá o nome comercial de Paxlovid, consiste em três comprimidos administrados duas vezes ao dia, por três dias.
Tratamento evita mortes, mas tem efeitos colaterais
A pílula, ainda conhecida pelo nome experimental PF-07321332, foi projetada para impedir que o vírus se multiplique. Administrá-la junto com ritonavir retarda sua degradação no corpo, disse a empresa.
A análise planejada de 1.219 pacientes no estudo da Pfizer analisou hospitalizações ou mortes entre pessoas com diagnóstico de Covid-19 leve a moderado com pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doença grave, como obesidade ou idade avançada.
A Pfizer disse que 0,8% dos pacientes que receberam a combinação de medicamentos em três dias foram hospitalizados em quatro semanas – três de 389 pacientes – em comparação com 7% dos pacientes que receberam placebo, ou 27 de 385. E sete dos que receberam placebo morreram, disse a Pfizer. Ninguém que recebeu o tratamento morreu no mesmo período.
Ainda segundo dados do estudo, 19% dos pacientes que receberam o tratamento sofreram eventos adversos, em comparação com 21% que receberam placebo, mas a Pfizer recusou a revelar quais foram esses eventos adversos.
“Esses dados sugerem que o nosso candidato a antiviral oral, se aprovado pelas autoridades regulatórias, tem o potencial de salvar a vida dos pacientes, reduzir a gravidade das infecções por Covid-19 e eliminar até nove em cada dez hospitalizações”, disse Albert Bourla, presidente-executivo da Pfizer, em um comunicado.
Os resultados apresentados pela Pfizer superam os observados com a pílula molnupiravir da Merck Sharp & Dohme, que foi mostrado no mês passado para reduzir pela metade a probabilidade de morrer ou ser hospitalizado para pacientes Covid-19 também com alto risco de doença grave.
O Reino Unido autorizou na quinta-feira (4) a utilização do medicamento da MSD contra a Covid-19.