Navio grego é suspeito de derramamento de óleo no Nordeste

Dois mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na cidade do Rio de Janeiro.

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Mancha de óleo é encontrada em Suape, no Cabo de Santo Agostinho — Foto: Salve Maracaípe/Reprodução/WhatsApp
Mancha de óleo é encontrada em Suape, no Cabo de Santo Agostinho — Foto: Salve Maracaípe/Reprodução/WhatsApp

A Polícia Federal cumpre hoje mandados de busca e apreensão em uma agência marítima e na sede de representantes de uma empresa, no Rio de Janeiro, ligados à proprietária de um Navio Mercante de bandeira grega indicado como origem do derramamento de óleo na costa nordestina.

Os dois mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na cidade do Rio de Janeiro, expedidos pela 14ª Vara Federal Criminal de Natal.

Segundo a PF, a mancha inicial de petróleo cru em águas internacionais foi localizada a aproximadamente 700 km da costa brasileira em sentido leste, com extensão ainda não calculada.

"A partir da localização da mancha inicial, cujo derramamento suspeita-se ter ocorrido entre os dias 28 e 29 de julho, foi possível identificar o único navio petroleiro que navegou pela área suspeita, por meio do uso de técnicas de geointeligência e cálculos oceanográficos regressivos. A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento", informou a polícia.

17.out.2019 - Mancha de óleo vista na praia de Peroba, em Maragogi, Alagoas
17.out.2019 - Mancha de óleo vista na praia de Peroba, em Maragogi, Alagoas

A PF diz que o navio grego está vinculado a uma empresa de mesma nacionalidade, mas ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado pelo navio identificado. Por conta disso, as investigações seguem.

O Inquérito Policial sobre o caso, no Rio Grande do Norte, teve acesso a imagens de satélite que partiram das praias atingidas até o ponto de origem (ponto zero) de forma retrospectiva. O relatório de detecção de manchas de óleo, de autoria de uma empresa privada especializada em geointeligência, indicou uma mancha original, do dia 29 de julho, e fragmentos se movendo em direção à costa brasileira.

Segundo informações do MPF (Ministério Público Federal) no Rio Grande do Norte, graças a informações da Marinha, a Diretoria de Inteligência Policial da PF concluiu que "não há indicação de outro navio que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela." O navio suspeito, informou a Marinha, ficou detido nos Estados Unidos por quatro dias, devido a "incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar".

Na investigação ficou claro que o sistema de rastreamento da embarcação confirmou a passagem pelo ponto de origem do vazamento, após ter atracado na Venezuela. A embarcação seguiu viagem para a África do Sul e Nigéria. Responsáveis pelo caso, os procuradores da República Cibele Benevides e Victor Mariz afirmam que "há fortes indícios de que a empresa, o comandante e tripulação do Navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico." Para eles, "a medida de busca e apreensão mostra-se necessária e de urgência", para a coleta de documentos que auxiliem no esclarecimento dos fatos.

Segundo o MPF, os responsáveis devem responder nas esferas cível e penal, tipificado na Lei de Crimes Ambientais. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro havia comentado a ação da Polícia Federal. "Estão sendo feitas busca e apreensão, parece que tem uma suspeita muito grande de uma empresa, suspeita ainda. Ele (ministro da Justiça Sérgio Moro) tinha que fazer busca e apreensão para, quem sabe, ter a comprovação disso", disse Bolsonaro a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, ao ser perguntado sobre as investigações a respeito das manchas de petróleo.

Fonte:

UOL

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