Mulher busca atendimento na saúde pública e descobre que está "morta" em SC
Ela descobriu ainda que o nome do pai e da rua em que mora em Blumenau foram alterados fazendo menção à política.
Uma mulher de 36 anos tomou um susto ao tentar atendimento na rede pública de saúde de Blumenau, por meio do centro de atendimento para pacientes com sintomas suspeitos de dengue, no último domingo (14). O problema era que, de acordo com o cadastro disponibilizado pelo Ministério da Saúde, ela estava morta há dois anos.
O caso veio à tona a partir da solicitação de um exame de hemograma no Sisreg (Sistema Nacional de Regulação), disponibilizado pelo Ministério da Saúde aos estados e municípios. Foi nesse momento que o atendente percebeu a inconsistência no Cartão Nacional de Saúde da mulher. A Secretaria de Saúde frisou que a mulher recebeu todo o atendimento médico, sendo o caso descoberto no pedido do exame.
No cadastro, a paciente aparecia como morta desde novembro de 2022. Além disso, alguns dados básicos estavam alterados. Na parte em que deveria aparecer o nome do pai da mulher, constava a frase “Morto Pelo PT”, enquanto no endereço do cadastro aparecia “Eu Amo Bolsonaro”.
Ao tomar conhecimento da alteração, a equipe da Secretaria de Saúde de Blumenau investigou o fluxo das alterações e descobriu que as mudanças no cadastro foram informadas no Cartão Nacional de Saúde através de pessoas dos estados de Pernambuco e de Minas Gerais, informou a pasta.
Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que a paciente foi orientada a buscar por uma unidade de saúde para pedir a regularização das informações, porém, “o registro nacional de óbito só pode ser revertido pelas autoridades competentes”.
A partir disso, a coordenação municipal de sistemas de informação em saúde da secretaria solicitou providências e esclarecimentos ao Ministério da Saúde através de um chamado formal. De acordo com a secretaria, nesta quarta-feira (17), o cadastro foi alterado pelo Ministério da Saúde.
O advogado da mulher, Telêmaco Marrace de Oliveira, explicou ao ND Mais que devido à complexidade do caso, abriu um procedimento investigatório criminal no MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Blumenau. O MPSC informou que uma notícia de fato – primeiro procedimento para apurar o caso – será aberta.