Moradores tem veículos apedrejados no Nossa Senhora de Lourdes

Moradores tem veículos apedrejados no Nossa Senhora de Lourdes

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Depois de mais de vinte anos morando em bairros da cidade alta, na madrugada do último domingo me deparei com uma realidade que eu desconhecia, ou desacreditava quando me relatavam: temos delinquentes juvenis em Joaçaba. Não bastasse furtarem cães e gatos para vendê-los por preço de banana para comprarem drogas, não bastasse arrombarem residências e empresas para trocarem os produtos dos furtos por drogas, agora estão destruindo a propriedade alheia pelo simples prazer que, acredito, o ato de vandalismo lhes proporciona. Sim, uma nova gangue está instituída em nossa cidade. É a gangue das pedradas.

Na madrugada do último domingo, 11 de dezembro, por volta das 2h15min, quando retornava para minha casa, localizada no bairro Clara Adélia, após um passeio no centro da cidade, tive meu carro (um Fiat Uno) apedrejado por menores de idade que saíram do bairro Nossa Senhora de Lourdes, a famosa Vaca Preta, caminho obrigatório para quem reside na parte alta de Joaçaba. Confesso que no momento do ocorrido, quando percebi que o menino (baixo, gordinho, pele clara, trajando bermuda branca, camiseta azul e boné) veio em direção ao meu carro carregando uma pedra pontiaguda e fez o gesto de que iria arremessá-la, minha primeira reação foi acelerar o carro, na curva do posto de combustíveis localizado em frente à favela, na tentativa de escapar da pedrada. Tentativa vã. A lateral do meu carro foi perfurada pela pedra e o vidro traseiro ficou esfacelado. Fui tomada por um misto de medo, raiva e indignação. Não tive coragem de parar, pois temi pela minha vida. Após chegar em casa, me deparei com o tamanho do estrago e liguei para a polícia (190), quando me informaram que uma viatura já estava no local, pois outro carro, além do meu, havia sido apedrejado. O policial, que prontamente me atendeu por telefone, me orientou a retornar ao local na tentativa de identificar algum dos suspeitos, o que não foi possível, pois o único menino abordado não era aquele que eu tinha conseguido visualizar. Também fui orientada pelos policiais a ir até a delegacia registrar um B.O. E foi o que fiz. Aliás, a única coisa que estava ao meu alcance fazer. O que revolta é que a polícia sabe quem são esses menores, mas também está de mãos atadas, pois não consegue pegá-los em flagrante e nem tem provas suficientes para incriminá-los. O que pretendo aqui, além de expor minha indignação, é alertar a população que, assim como eu, utiliza o acesso Adolfo Zigueli e, consequentemente, passa todos os dias em frente à favela, para que não se cale diante dos atos de vandalismo, não deixe prevalecer a lei do silêncio. Exponha à imprensa o que ocorre e, principalmente, registre Boletim de Ocorrência, junte todas as provas que possa conseguir contra esses vândalos inconsequentes, denuncie. Não tema represálias. Não devemos pensar que isso não vai resolver a situação. A polícia é nossa aliada nessa luta contra a marginalidade. Vamos fazer nossa parte, enquanto cidadãos. Se os menores infratores não podem ser responsabilizados, os PAIS deles podem, e devem. Vamos chamar esses pais à responsabilidade. Eles tem o DEVER de saber o que seus filhos menores de idade estão fazendo nas ruas, quando deveriam estar em casa dormindo. Não é somente o fato de punir, mas de evitar crimes piores. O que relatei, infelizmente, não é um caso isolado. Há cerca de quatro anos meu pai também teve um vidro lateral do carro destruído por uma pedrada vinda do mesmo bairro citado, em plena luz do dia. E outras pessoas também me contaram que conhecem alguém, amigo, parente ou eles próprios, que já foi vítima desses menores, em situações bastante semelhantes a minha. Pessoas que passam de moto também são alvos fáceis – e estão ainda mais expostos. É importante destacar que não podemos generalizar. Conheço muitas pessoas que residem na favela e nos arredores do bairro Nossa Senhora de Lourdes, que são pessoas do bem, trabalhadores como eu e você. Pessoas com quem podemos contar num momento de necessidade, como eu mesma já contei em outras ocasiões. Sou Fernanda Mingori, 35 anos, trabalho em dois empregos, sou bacharel e pós-graduada em Direito, atualmente cursando Jornalismo, sou locutora em uma rádio FM. Sou uma cidadã joaçabense. Trabalho para sobreviver com dignidade, e me sinto inútil diante da impunidade. Passado o ocorrido e pensando com mais calma, lembrei de um fato registrado em Lages-SC, quando uma adolescente que trafegava por uma estrada na garupa da moto com o namorado, foi atingida por um tiro e veio à óbito. Nós, a sociedade como um todo, precisamos tomar providencias. Hoje são pedras – e essas também matam –, amanhã podem ser balas de revólver.

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