Mega da Virada: apostadores denunciam organizador de bolão premiado em São José da Bela Vista

Homem reuniu 44 pessoas e fez duas apostas. Após o sorteio, apenas os 9 do bolão premiado levaram o dinheiro.

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Foto: Jefferson Severiano Neves/EPTV
Foto: Jefferson Severiano Neves/EPTV

Um grupo de moradores em São José da Bela Vista (SP) registrou um boletim de ocorrência para contestar o responsável por organizar o bolão que faturou R$ 108,3 milhões na Mega da Virada, em dezembro de 2022. Segundo o grupo, o homem reuniu o dinheiro de 44 apostadores, mas usou a quantia para fazer duas apostas, sendo que apenas aquela com nove participantes foi premiada.

A defesa do apostador nega que tenha havido má-fé e afirmou que membros do bolão vencedor precisaram se ausentar da cidade após sofrerem ameaças.

O prêmio total de R$ 541,9 milhões, o maior da história, saiu em 31 de dezembro para apostas em Florestal (MG), Arroio do Sal (RS), Santos (SP) e São José da Bela Vista, na região de Franca (SP).

Na sexta-feira (6), a Caixa informou que todas as nove cotas do bolão de São José da Bela Vista -- R$ 12 milhões cada – tinham sido sacadas.

Bolões separados

Dois dias após o sorteio, um morador, que prefere não se identificar, procurou a Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência por orientação de um advogado.

Ele contou que, no dia 20 de dezembro, foi procurado no WhatsApp pelo organizador para participar do bolão da Mega da Virada e pagou R$ 30 pelo jogo, assim como os demais. Segundo o morador, em momento algum o homem explicou que seriam feitos dois bolões.

Após o sorteio em 31 de dezembro, ao entrar em contato com o organizador, o morador foi informado da aposta de dois bolões diferentes e que somente o do grupo de nove apostadores havia ganhado.

Segundo o morador, todos os 35 participantes não premiados têm áudios e comprovantes dos pagamentos e estão se sentindo lesados pelo organizador.

Princípio da confiança

O advogado Mario Alexandre Silva Bassi, que representa dez apostadores, disse que a abordagem do organizador ocorreu de maneira informal em conversas pelo WhatsApp.

“Ele fala vamos participar do bolão com a gente, você faz o pagamento de um valor e vai estar automaticamente participando. Dessa forma, individualmente, ele fazia a conexão com essas pessoas e ia arrecadando os valores para fazer o bolão.”

Segundo Bassi, o grupo confiou na boa-fé e na promessa do organizador de registrar os números em nome de todos os pagantes.

O advogado está reunindo cópias das conversas e dos comprovantes do envio do dinheiro via Pix para entrar com uma ação judicial.

“A gente está terminando de juntar a documentação e amanhã ou depois a gente faz o protocolo para a Justiça fazer a avaliação e o possível bloqueio de valores para poder respaldar os nossos clientes”, diz Bassi.

O que diz o apostador?

O advogado Tiago Granzote, que defende o apostador, disse que o grupo do bolão existe desde 2015 e é de conhecimento dos moradores da cidade, já que, mensalmente, apostas na Mega-Sena são feitas.

“Ao final de 2022 não foi diferente. Reunidos, fizeram as apostas e cada qual ficou com a sua cota, sendo que tal fato não demonstra qualquer má-fé, muito pelo contrário”, falou em nota.

Ele ainda disse que os membros do bolão se ausentaram do município por segurança, porque já sofreram ameaças.

“Assim, esclarece-se que não houve qualquer intenção em esconder qualquer aposta e disso obter vantagem, além de não haver intenção em se evadir por parte de qualquer pessoa membro do bolão em questão”.

Fonte:

G1/SC

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