Mãe de bebê morto em Caçador após suspeita de espancamento por babás veio a SC em busca de vida melhor

Natural da Venezuela, mulher tinha que deixar bebê com cuidadores para trabalhar, segundo a família que mora em Caçador.

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Mãe de bebê morto em Caçador após suspeita de espancamento por babás veio a SC em busca de vida melhor

Há cerca de um ano, a mãe do bebê que morreu em Florianópolis após sofrer maus-tratos se mudou da Venezuela para Santa Catarina em busca de melhores condições de vida. A informação é de Isamar Celeste Rojas, irmã da mãe do criança, com quem ela divide a casa em Caçador, no Oeste catarinense.

A suspeita da Polícia Civil é que a criança tenha sido espancada por um casal de cuidadores, que está preso e deve responder por homicídio qualificado.

Segundo informou a família, o velório acontece no final da tarde desta sexta-feira (22), em Caçador.

"Nós temos que trabalhar. O marido dela [da mãe do bebê] não está aqui, ficou em Roraima. Tem que deixar alguém cuidar dos meninos para a gente trabalhar. Não somos daqui, viemos de outro país, então não é fácil", relatou Isamar.

Além do bebê, segundo Isamar, a mulher tem uma criança de dois anos. Na quinta-feira (21), a família comunicou a decisão de doar os órgãos da vítima.

Relembre

A criança estava intubada em um hospital da Capital catarinense desde segunda-feira (18), após dar entrada na emergência com várias lesões corporais e cerebrais e em quadro de parada cardiorrespiratória.

Isamar Celeste Rojas informou ao g1 SC que a vítima teve fratura no crânio, costelas quebradas e estava com os olhos roxos.

A Justiça decretou a prisão preventiva do casal suspeito de agredir o bebê. A decisão ocorreu após audiência de custódia. Eles foram presos em flagrante e, segundo o delegado Fabiano Locatelli, indiciados pela prática do crime de lesão corporal de natureza grave, com a incidência de dispositivos previstos na Lei Henry Borel aprovada em 24 de maio.

A suspeita sobre os cuidadores, de 19 e 21 anos, foi apontada após o laudo pericial médico constatar lesões graves no bebê, entre elas, a prática de "shaken baby", que é quando um adulto chacoalha uma criança de forma agressiva.

O bebê ainda tinha ferimentos na face, cabeça, costas e nádegas.

A criança internada ficava sob responsabilidade do casal enquanto a mãe, que é venezuelana, trabalhava.

O que diz a defesa

"Em relação aos fatos que estão sendo acusados os meus clientes, cujos nomes mantenho em sigilo já que o processo corre em segredo de justiça, informo que:

Os acusados negam a prática de qualquer agressão, ou qualquer tipo de omissão. Estavam cuidando do menor há apenas três dias, e no dia dos fatos notaram que o menor chegou diferente (mais quieto), porém não notaram nenhuma lesão.

Que após mamar, o mesmo acabou se afogando, momento que foi conduzido até o hospital. O casal possui duas filhas (6 meses e 2 anos) que nunca tiveram qualquer tipo de maus tratos, sendo crianças extremamente bem cuidadas, uma inclusive mamando no peito.

Os fatos merecem uma investigação mais aprofundada, e serão esclarecidos durante a instrução processual, e com certeza a verdade virá à tona.

Neste momento, peço respeito aos meus clientes e seus familiares, pois ainda é muito precoce tomar qualquer posicionamento ou julgamento antecipado. Vamos aguardar o andamento processual.

Serão impetrados habeas corpus no Tribunal de Justiça, objetivando a liberação dos acusados. As crianças estão aos cuidados das avós".

Fonte:

G1

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