A experimentação de linguagens artísticas para trazer aspectos de décadas passadas permeia o trabalho da influenciadora digital catarinense Aline Callai. Ela fez do ambiente online o lugar ideal para expressar sua visão pop de mundo. A iniciativa deu tão certo que seu próximo passo é o desenvolvimento de um documentário que trará muito das estéticas brasileiras oitentista e noventista, sobretudo as relacionadas ao universo de programas televisivos da apresentadora Xuxa.

No fim de 2014, quando a palavra blogueira ainda não estava popularizada, Aline criou o Nouvelle Blog para publicar textos sobre moda. Após fez história na cidade ao promover festas temáticas de aniversário que não podiam deixar de fazer referência aos anos 1990. Foi no início de 2020, contudo, que ela se voltou com mais intensidade às redes sociais e à produção de conteúdos sobre cultura pop. A mudança de plataforma foi marcada pela série de vídeos intitulada Ritmo e Moda, exibida em seu canal no YouTube e no IGTV. Os conteúdos contavam a história da música por meio da moda e tiveram um alto índice de engajamento. De lá para cá, em seus materiais criados, há o predomínio de referências a formas, cores e estilos de um tempo que deixou saudade em muitos.

“Sou bem nostálgica e saudosista. Nasci em 1985, e eu adoro tudo o que remete aos anos 80 e 90. Depois da pandemia, muita gente começou a repensar a sua vida e o seu trabalho. Eu estava trabalhando no automático, faltava brilho nos meus olhos. Queria trabalhar com minha alma e encontrar a Aline criança e adolescente”.

Em maio deste ano, surgiu o momento certo para atingir o seu objetivo. Aline lembra que foi em um dia frio, quando estava fotografando na Pedra Branca, em Palhoça, com pouca iluminação natural, que a sua fotógrafa, Camila Miranda, sugeriu finalizar a sessão de fotos no apartamento da influenciadora. Chegando lá, Aline recriou a famosa pose estampada na capa do disco Xou da Xuxa, de 1986. Ao postar a imagem nos Stories do Instagram, junto com a música Doce Mel, viu o quanto as pessoas podem se conectar com uma fotografia.

“Houve um engajamento muito grande. É mais uma prova de que a Xuxa ainda fascina quem foi criança na época em que ela apresentava programas infantis. Assim surgiu a ideia de fazer algo envolvendo a apresentadora”.

A partir de então, começou a fase da execução dos figurinos e, em agosto, ela reproduziu sete capas dos discos da Xuxa lançados entre 1986 e 1992. E a empolgação foi tanta que convidou mais seis amigas para recriarem a capa do primeiro disco das paquitas, de 1989. O resultado dessas iniciativas, divulgado no Instagram, foi todo registrado. E é esse material que Aline vai transformar em documentário, com o auxílio da produtora catarinense Voa Filmes.

Entre outubro e novembro, ela irá ao Rio de Janeiro para entrevistar paquitas estilistas e outros profissionais para agregar mais camadas de conteúdo ao documentário. A intenção é de que a Xuxa também participe e, para tanto, contatos já estão sendo articulados.

“Minha ideia inicial era fazer vídeos sobre esse processo para o YouTube, mas ficou tudo muito interessante e divertido que resolvemos fazer um documentário e acrescentar mais informações para contextualizar um período que ficou marcado na vida de muita gente”.

Enquanto o documentário está sendo desenvolvido, com previsão de lançamento para o ano que vem, o público pode acompanhar todo o trabalho nas redes sociais da catarinense: 

Instagram - @alinecallai / YouTube - Aline Callai