Jéssica Lumi: o caso que os xanxerenses não esquecem

Faz um ano que a rainha do carnaval 2010, Jéssica Lumi, foi assassina por sua namorada Catiucia Carvalho, na madrugada de três de abril.

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Faz um ano que a rainha do carnaval 2010, Jéssica Lumi, foi assassina por sua namorada Catiucia Carvalho, na madrugada de três de abril. Jéssica foi atingida por três golpes de faca nas costas e, um no pescoço, que segundo sua mãe, Rosane Mettler, a facada foi certeira na artéria do pescoço.

- Na ida ao hospital, eu tentava estancar a hemorragia, porque foi bem na jugular. Quando eu estancava, o sangue vinha pela boca e pelo nariz, foi muito certeiro. Ela podia ter quebrado um braço, uma perna, podia ter dado uma facada em qualquer outro lugar que a minha filha se salvaria, mas não do jeito que foi – comenta a mãe da Jéssica, Rosane. Um ano se passou, e, hoje, Rosane, mãe de Jéssica, encara a psicóloga para falar o que sente, e tenta, a cada dia, confortar seu coração com a perda da filha. Depois do acontecido, Rosane teve que aprender a viver de novo e afirma sentir muita falta de Jéssica. - Não tem explicação o que aconteceu. Todo dia me faz falta. Eu tive que aprender a viver de novo, não foi só uma vida que acabou, a vida da Jéssica, mas a minha foi total, minha casa, minhas coisas, eu perdi a minha vida, eu tive que aprender a reconstruir a minha vida, porque até então eu não pensava em mim, tudo o que eu fazia era para ela, desde estudo, roupa, alimentação, agora é praticamente a minha mãe que toma conta de tudo, porque eu perdi tudo – emocionada, comenta Rosane. As duas jovens mantinham um relacionando há um ano e meio. Durante esse tempo, Rosane afirma que Catiucia frequentava a sua casa e que nunca teve preconceito em relação ao relacionamento delas e que sempre esteve ao lado da filha em todas as decisões que tomava. -Elas sempre se deram bem, a Cati sempre foi a minha casa, jamais passou pela minha cabeça essa atitude que ela teve. Se um dia tivesse passado pela minha cabeça, eu teria me colocado no meio, eu preferia ter sido eu a vítima do que a minha filha, eu faria qualquer coisa, mas jamais passou pela minha cabeça que pudesse acontecer o que aconteceu. Eu sempre estive do lado da Jéssica, nunca tive preconceito com o relacionamento delas – afirma mãe de Jéssica. Catiucia ficou presa por seis meses e, no dia quatro de outubro de 2010, a juíza concedeu a liberdade provisória para que Catiucia voltasse com as atividades normais, mas respondendo em liberdade. Mesmo solta, Rosane comenta que nunca se cruzou com a ex-namorada de sua filha pelas ruas, que nunca conversou com ela depois do acontecido, mas que chegou a ver Catiucia de longe, e a sensação foi de desespero. - Eu não conversei com ela depois de tudo o que aconteceu. Eu vi ela de longe, e a sensação foi de desespero. Eu jamais faria nada contra ela, nunca, jamais, mas o sentimento de desespero é pela falta que a Jéssica faz. E eu não sou ninguém para julgar, um dia a Deus pertence – ressalta Rosane. Os dias têm sido difíceis para Rosane e o que mais a incomoda é o fato de ver Catiucia dentro de uma igreja, cantando e aplaudindo com outras pessoas. - O que me questiono é: você, eu ou qualquer outra pessoa podem tirar a vida de outra pessoa, de qualquer ser humano, e amanhã estar num palco de uma igreja, aplaudindo e cantando com um monte de pessoas. Eu não acho isso correto. Eu até concordo que ela poderia participar de uma igreja, mas no banco, eu não sou ninguém para julgar, mas isso me incomoda – salienta Rosane. Sobre o julgamento, segundo o Dr. Miguel Lubi, advogado de Catiucia Carvalho, deve acontecer no final do ano ou início de 2012. Catiucia deverá ir a júri popular, e sete pessoas serão chamadas para ouvir o depoimento dela. Rosane será uma das testemunhas e comenta que não pensa no assunto para não sofrer antecipadamente. - Sou uma das testemunhas que estava lá, eu já venho há um ano indo na psicóloga, há um ano que eu venho trabalhando isso, e, pra mim, vai ser bem difícil porque vai ser reviver cada momento do acontecido. Eu procuro não pensar no assunto, não sofrer antecipadamente, porque cada vez é sofrer, cada vez é lembrar a cena, lembrar do acontecido e não poder fazer nada? É um sofrimento que não tem explicação – afirma Rosane. Sobre o que pensa sobre a decisão final do juiz, Rosane comenta que da justiça de Deus ninguém escapa. - Da justiça de Deus nós não escapamos; agora da justiça do homem é difícil julgar. Mas eu acredito que a comunidade que vai participar é que vai decidir o que é o correto, que cada um pense se fosse com um filho seu – comenta Rosane. Rosane finaliza dizendo que Deus foi o principal alicerce para sua recuperação e que hoje não tem ódio de ninguém e que todos da família estão tranquilos. - Meu coração está bem em paz, eu não tenho ódio, meus pais estão bem tranquilos agora, a gente está tentando recomeçar as nossas vidas, de uma forma que, para mim, é bem difícil. Eu tenho 36 anos, recomeçar agora é bem difícil, mas, graças a Deus, estamos bem, porque nossos corações não têm ódio de ninguém. Deus tem nos amparado de todos os jeitos e, graças a Deus, é isso que nos sustenta – finaliza Rosane, com os olhos cheios de lágrimas e muito emocionada. Relembre o caso Jéssica e Catiucia mantinham um relacionamento homossexual há tempos. Segundo informações das amigas, Jéssica teria terminado o namoro, porém Catiucia não aceitava. Na madrugada do dia três de abril de 2010, Catiucia matou Jéssica com um golpe de faca no pescoço. A vítima ainda foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. Catiucia foi levada à Delegacia e encaminhada, na mesma noite, ao Presídio Regional de Xanxerê, e agora aguarda em liberdade o processo.

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