Investigação contra clínica de coach de emagrecimento em SC mira 29 pessoas e tem 10 presos

Duas novas prisões foram confirmadas nesta quarta-feira (16).

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Foto: Polícia Civil/Divulgação
Foto: Polícia Civil/Divulgação

O total de presos pela “Operação Venefica” chegou a 10 e os investigados passaram para 29 nesta quarta-feira (16). Todos estão envolvidos no caso de duas clínicas de luxo instaladas em Balneário Camboriú e Joinville que supostamente receitam medicamentos com prescrição médica falsa e fórmulas alteradas.

Entre os presos estão o dono das clínicas, apontado pelo Ministério Público como chefe de uma organização criminosa, quatro nutricionistas, dois médico, um farmacêutico e dois funcionários dos setores administrativos. 

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De acordo com informações da Polícia Civil, o proprietário da Clínica F Coaching, Felipe Francisco, de 39 anos, passou por audiência de custódia e segue preso temporariamente no presídio de Joinville. Os outros investigados devem ser ouvidos a partir da próxima semana. 

Esta é pelo menos a segunda vez que Felipe é preso. Em 2017, ele foi detido e, dois anos depois, condenado a oito anos de prisão pela Justiça do Paraná por atuar como nutricionista sem ter formação na área e vender medicamentos sem registro. O homem tinha uma clínica com outro CNPJ e, à época da prisão, a Polícia Civil havia informado que pacientes de Ponta Grossa (PR) passaram mal após usar os medicamentos.

Na ocasião, ele cumpriu poucos meses de prisão e foi solto em medida cautelar. Já em Joinville, abriu outro negócio em uma área nobre, que ocupa uma esquina da cidade e possui uma fachada de vidro. No local, chegou a atuar usando tornozeleira eletrônica e conseguiu abrir o novo espaço com a função de coach, sem a necessidade de formação ou registro profissional.

Segundo a promotora de Justiça Elaine Rita Auerbach, em 2021 ele obteve um diploma de nutricionista, mas há a suspeita de que o documento seja falsificado, já que ele apresentava diversos atestados médicos na instituição de ensino e não participava de trabalhos universitários.

Além dos mandados de prisão preventiva em Joinville (4), Garuva (1) e Blumenau (1), foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Paraná e em São Paulo. As clínicas em Joinville e Balneário Camboriú foram fechadas temporariamente, assim como duas farmácias de manipulação instaladas em Balneário Camboriú e Itapema.

O valor total em bens apreendidos e bloqueados pela polícia ainda está sendo calculado.

Como funcionava esquema

De acordo com o delegado Ross, após a prisão em 2017, Felipe teria sofisticado o esquema criminoso para fugir do radar da Justiça. Para não levantar suspeitas, portanto, começou a fazer parcerias com nutricionistas, médicos e biomédicos para conseguir fazer as prescrições indevidas de anabolizantes, emagrecedores e fitoterápicos. Ele também contava com esses profissionais para fazer a aplicação de injetáveis dentro da própria clínica.

Ainda conforme a promotora Elaine, o coach, em muitas ocasiões, criava as próprias fórmulas sem base científica, visto que não possuía formação na área.

 "Ele contratava e pagava médicos para prescrever medicamentos, sempre com documentos falsificados. Ele fez aliança com farmácias de manipulação para fazer a venda casada de medicamentos superfaturados, enganando os compradores", explica a promotora.

Fonte:

NSC Total

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