Homem que se vestia de freira e prometia cura com cirurgias espirituais é denunciado em SC
Homem usava codinome 'Madre Catarina'.
Um homem que se vestia de freira e usava o codinome "Madre Catarina" foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por organização criminosa, estelionato, exercício ilegal da medicina e curandeirismo. Segundo o MP, ele era um falso médium e atuava no Vale do Itajaí. Outras seis pessoas que agiam junto com ele também foram denunciadas.
De acordo com o MPSC, o homem enganou várias vítimas com promessas de cura, com supostas cirurgias espirituais. Para isso, ele usava instrumentos médicos, ou mesmo domésticos, como tesouras, facas e estiletes, sem esterilização. Ele chegou a usar esses objetos para a retirada de tumores faciais e pedra nos rins.
O MP divulgou o caso na quarta-feira (10). Até 17h desta sexta (12), a denúncia não havia sido analisada pelo Poder Judiciário. As outras pessoas que agiam com o suspeito foram denunciadas de acordo com a participação no esquema.
Como agia 'Madre Catarina'
Vídeos que foram publicados no YouTube mostraram como o homem agia, mostrando os "atendimentos". Após o início da investigação, pela Polícia Civil no ano passado, eles foram retirados da plataforma, mas indicavam que o denunciado trabalhava com isso há pelo menos dois anos.
Nas imagens, é possível ver que o homem se vestia de freira, para fazer as pessoas acreditarem que ele poderia curar doenças através das cirurgias espirituais e orações, conforme o MP. Ele atuou em Blumenau, Timbó, onde a denúncia foi feita, e Ibirama.
Os demais denunciados ajudavam nos procedimentos, dividindo entre eles a tarefa de instrumentação, aconselhamento e recebimento de valores ou doações, recepção dos pacientes e segurança velada do local.
O grupo recebia dezenas de pessoas todos os dias e cobrava R$ 100 para cada cirurgia ou consulta. No caso específico de um idoso, que resultou na acusação de estelionato, foi exigido um total de R$ 800.
"De se ressaltar que, as cirurgias espirituais eram feitas diretamente no corpo físico dos "pacientes", com os mesmos instrumentos de uma cirurgia médica convencional, porém sem anestesia e dispensando qualquer precaução de assepsia. Em certos casos, embora não raros, os denunciados utilizavam-se de objetos de uso domésticos [facas, tesouras estiletes] como instrumentos operatórios, igualmente sem quaisquer cuidados antissépticos", afirmou o promotor de Justiça Daura Serratine.
O MPSC orientou que outras pessoas que tenham sido vítimas do homem podem procurar a Promotoria de Justiça da própria cidade ou a delegacia.