Grupo Teatral Reminiscências – 11 anos de palco

Ingrid, Fábio e João fazem parte do grupo que tem a história contada na Coluna Cultura em Cena de hoje.

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Grupo Teatral Reminiscências – 11 anos de palco

A emoção rebentou com força quando o salão nobre do Colégio Marista Frei Rogério, em Joaçaba, no dia 19 de agosto de 2011, se tornou palco para que os anseios dos artistas Ingrid Alfonso Lucas, Fábio Libardi e Guilherme Baunghart, se tornassem reais. 

Os primeiros movimentos em cena abriram o espetáculo “As Melhores Histórias do Mundo” e anunciaram o nascimento do Grupo Teatral Reminiscências. Iniciava uma trajetória que se constrói em cada nova entrada em cena, e que vai deixando um rastro de emoções pelo caminho, construindo momentos que ficarão eternizados na memória de cada um, que sentado na plateia, se encanta com a magia que emana do palco. 

Cinco fábulas infantis constituíam o espetáculo “As Melhores Histórias do Mundo”, que era dirigido pelo próprio Grupo e durante seis anos circulou por várias cidades do Meio-Oeste catarinense, encantando crianças e incendiando seus imaginários, com contos povoados por reis, rainhas, princesas, sonhos, e outros personagens lúdicos. 

A criação do grupo foi motivada pelo desejo de dar continuidade ao aprendizado adquirido no curso de Artes Cênicas da Unoesc e para dar sequência ao que já vinha sendo realizado em grupos de teatro, em Uruguaiana, no Rio Grande do sul e na cidade de Planalto, no Paraná. 

Em 2012, o artista Guilherme Baunghart idealizou um novo rumo em sua carreira artística, e para seguir adiante, precisou mudar-se de cidade, e com esta saída de um dos integrantes, João Tomaz Santos e Gislaine Cogo, ambos parceiros do início teatral de Ingrid Alfonso Lucas, em Uruguaiana/RS, ingressaram no Grupo.

 A atriz Gislaine Cogo permaneceu no Grupo durante seus primeiros anos, atuando nos espetáculos e produzindo a companhia. Em 2013 retornou para o RS para seus novos projetos, e a composição do grupo que ficou após a sua saída, permanece até hoje.   

Os anos iniciais não foram fáceis, e os obstáculos que foram emergindo enquanto esta história ia sendo construída foram superados com muita dedicação, união e paixão pela arte. Foi um tempo em busca de uma identidade para o grupo, que foi sendo lapidada junto com as descobertas que se acumulavam enquanto os primeiros trabalhos eram realizados. 

A palavra “Reminiscências”, na força da sua sonoridade evoca recordações vagas, e é revolvendo as memórias do passado, retornando para um tempo mágico em que brincar era a melhor coisa do mundo, que aparecem as primeiras imagens em que o teatro surgiu envolvendo os três artistas com seu fascínio, e sorrateiramente foi entrando e se instalando em suas almas. 

Fábio Libardi é natural de Planalto, no Paraná, e foi no interior, lá nos seus cinco anos de idade, quando o pai estava desmanchando a casa de madeira onde residiam, retirou as paredes, e onde localizava-se a cozinha, formou-se um palco, com os quartos lembrando camarins. Ao correr seus olhos pelo ambiente, despertou o desejo de representar e contar histórias. Mas, como não havia nada de emocionante em se apresentar para um auditório vazio, precisava de uma plateia, que foi encontrada nas redondezas de sua casa, e era formada por galinhas criadas por sua família. Como não era tarefa fácil manter o público até o final, a exibição pública era intercalada com a distribuição de milho para as aves, que se mantinham no local até o término do show e da alimentação. Iniciou sua carreira teatral em 2002, quando fundou a Cia Teatral Imagem, na cidade onde nasceu. 

Ingrid Alfonso Lucas, é natural de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e começou na arte de representar atuando em várias apresentações escolares organizadas em datas comemorativas, e enquanto seu percurso no teatro começava a se desenrolar, o Grupo Eu Teatro, Tu Teatras, surgiu em seu caminho, e junto, a possibilidade de participar de montagens e pesquisas teatrais, ampliando conhecimentos, e começando a fundir de vez o teatro com sua própria história. 

João Tomaz Santos, é natural de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e aos seis anos de idade começou a dar vida a diversos personagens em apresentações realizadas em sua escola, a propor apresentações e encenações aos seus professores e a se engajar nos movimentos culturais escolares, e as 14 anos iniciou definitivamente sua carreira, participando de uma oficina de teatro disponibilizado pelo grupo teatral “Eu Teatro, Tu Teatras”, sendo incorporado definitivamente a companhia. 

“Confrarias de Histórias” - Foi a peça do Grupo Reminiscências, que veio na sequência da “as Melhores Histórias do Mundo”. Estreou em 2012, e foi o primeiro espetáculo dirigido ao público adulto. 

Mesclava contação de histórias com teatro, e era composta por três histórias interligadas através da poesia: A Lenda do Negrinho do Pastoreio, A Moça que Descobriu Santo Antônio e A Menina Vendedora de Fósforos, e abordava temas como a fé, esperança, tradicionalismo, amor, sonhos, casamento e fraternidade. Permaneceu em cartaz até 2014, circulou por algumas cidades catarinenses, além de Uruguaiana (RS), e participou do Festival Cênico de Guarapuava (PR). 

“A Roupa Nova do Rei” – A peça foi dirigida pela artista Ingrid Alfonso Lucas, e é

adaptada de um texto do escritor e poeta dinamarquês Hans Cristian Anderson. Agrupa todas as experiências já experimentadas pelo trio e surgiu de uma vontade de se fazer um espetáculo que falasse sobre questões políticas, corrupção e verdades, para crianças. Narra a história de um rei tão apaixonado por suas roupas novas, que nelas depositava todo seu dinheiro, deixando a população do reinado a mercê dos mandos e desmandos do vaidoso governante. A peça circulou por várias cidades dos três estados do sul, ultrapassando as fronteiras brasileiras, com apresentações na Argentina, além da participação em vários festivais e mostras de teatro. 

“Tempos de Poesia”, dirigida pelo Grupo, estreou em 2014, e reúne música, teatro e poesia, celebrando a vida e suas fases que são escritas com momentos de risos e lágrimas, reunindo poemas de Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana e Manuel de Barros. Circulou por várias cidades catarinenses. 

“Flor e Ser” – Espetáculo com dramaturgia do artista João Tomaz Santos e dirigida pelo Grupo, utiliza como pano de fundo um jardim e suas flores, que servem como metáforas para falar sobre direitos das crianças e adolescentes. O espetáculo conta com a presença do artista Anghelo Rodrigues, circulou por várias cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, além das cidades Ribeiro Grande, Coronel Macedo e Itapetininga em São Paulo, e nas Feiras do Livro de Taió, Rio do Sul, Pouso Redondo, e Trombudo Central. 

“O Mundo Sobre o Qual Ela Não Podia Fazer Perguntas” – O Espetáculo foi dirigido por Vanessa Giovanella do Grupo Cambaio do Teatro de Santa Maria (RS) com dramaturgia inspirada em contos do livro “Histórias de Um Viajante” da escritora Marina Colasanti. Aborda a força da mulher como personagem principal e suas lutas diárias e seculares, buscando debater a realidade feminina perante diferentes formas de opressão. Participou do Festival Internacional de Teatro de Posadas, em Misiones, na Argentina, do Festival Rosa dos Ventos, etapa de Florianópolis e da Mostra de Teatro de Joaçaba, além de projetos do SESC em Santa Catarina. 

“Criançar” A direção do espetáculo ficou a cargo do artista Pepe Sedrez, da Cia Carona de Teatro, de Blumenau, com roteiro desenvolvido pelo próprio Grupo e Pepe Sedrez, e tem em sua sinopse: Três seres à procura, em um ambiente que soa árido e hostil. Ela, à frente sopra cores. Eles a seguem, ora sofrem, ora choram. A busca parece vã. O tempo mastiga os sonhos. Para enfrentar a estrada, atravessar o rio, lançar-se no oceano, encarar o monstro. É preciso coragem e sensibilidade para desvelar-se, olhar para si, mergulhar para dentro. Nas brincadeiras. “criançar”, encontrar o equilíbrio necessário, para enfim, alçar voo. Circulou por várias cidades catarinenses.

“Sagrado” Inspirada no universo mitológico das religiões de matriz africana, especialmente no Batuque, apresenta a fé, a dança, os cantos, ritos e, sobretudo, as memórias como forma de expressão dessa religiosidade, constantemente ameaçada por diversos casos de intolerância. O espetáculo foi dirigido pelo artista Pepe Sedrez, da Cia Carona de Teatro, de Blumenau, e circulou por várias cidades catarinenses.

Palhaçaria - O Grupo Teatral Reminiscências está há 7 anos se especializando na arte da palhaçaria. Apesar de longe dos grandes centros, busca por qualidade e rigor técnico em suas pesquisas, e participou de vários cursos de capacitação com os principais nomes do país. 

Para conhecer mais sobre o Grupo teatral Reminiscências, acesse a página no Instagram @reminiscenciasteatro

Cultura em Cena é uma coluna escrita pelo produtor cultural Omar Dimbarre, para destacar o que se faz no meio cultural da região.



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