Frigoríficos apostam em miúdos para ganhar o mercado chinês de carne suína

Atualmente, a China é o principal destino das exportações brasileiras.

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Frigoríficos apostam em miúdos para ganhar o mercado chinês de carne suína
Imagens: Wenderson Araujo/CNA

A exportação de miúdos é a aposta da indústria brasileira de proteína animal para ocupar o espaço da União Europeia no mercado Chinês de carne suína caso o país asiático decida, de fato, impor medidas antidumping contra o bloco europeu.

Atualmente, a China é o principal destino das exportações brasileiras, mas com queda acumulada de 40,3% nos embarques deste ano, com 127,9 mil toneladas.

“A gente entende que caso a China decida por adotar uma medida antidumping contra a União Europeia, que é o grande fornecedor desses miúdos internos para a China, o Brasil pode ser uma alternativa par prover esse produto”, avalia o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.

A previsão da entidade é de que o Brasil exporte até 1,325 milhão de toneladas de carne suína este ano, o que representará um crescimento de 7,7% em relação a 2023 quando foram registradas 1,23 milhão de toneladas. Para 2025, a expectativa é de que sejam exportadas até 1,375 milhão de toneladas.

Atualmente, apenas o Estado de Santa Catarina pode exportar miúdos e carne suína com osso para a China por ser reconhecido pelo país como uma zona livre de febre aftosa sem vacinação.

A expectativa do setor é de que os Estados de Rio Grande do Sul, Paraná e Acre recebam o mesmo reconhecimento a partir de um pedido já realizado pelo Brasil e que prevê também a inclusão de “miúdos vermelhos”, de maior valor agregado.

Para o setor, este é um mercado estratégico na China. Destino de 21% das exportações brasileiras, o país registrou uma queda de 29% nas suas importações totais de carne suína nos cinco primeiros meses deste ano quando somada todos os cortes e países de origem.

A queda é reflexo da recuperação da produção chinesa após a crise gerada pela Peste Suína Africana, mas o volume importado de miúdos no mesmo período cresceu 2,3%, para 474 mil toneladas, sendo 80% desse volume oriundo da Europa.

“A China está se adequando e não está deixando de importar, mas adquirindo cortes complementares”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. O cálculo da ABPA é de que, só do Rio Grande do Sul, a exportação e miúdos e carne com osso para a China gere uma receita entre US$ 100 e US$ 150 milhões.


Fonte:

Globo Rural

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