Confira dicas de como manter seus pets aquecidos durante a onda de frio extremo no país
Cuidados com animais de grande porte também devem ser observados na estação mais fria do ano.
Os próximos dias em Santa Catarina devem ser gelados, conforme previsões. Por conta disso, o CRMV-SC (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina) alerta para os cuidados com os animais de estimação durante as baixas temperaturas.
Paulo Zunino, médico veterinário e assessor técnico do CRMV-SC, reforça que é fundamental para os donos de animais de pequeno porte evitar sair às ruas durante os dias de frio extremo.
Para aqueles que necessitam levar seus pets a passeio ou então retirá-los de casa para que façam suas necessidades, é essencial a utilização de roupas ou proteções que cubram o corpo dos animais, para que eles não fiquem expostos a temperaturas baixas por muito tempo.
Já para os que possuem animais de grande porte, que ficam abrigados em casinhas do lado externo da propriedade é importante – se o animal permitir – os manter agasalhados.
Além disso, se for possível, colocar panos e cobertores dentro da casinha dos animais para que eles não passem frio é um cuidado extra que pode ser tomado. Procurar realizar atividades e brincadeiras dentro de casa com os bichinhos também é uma forma de os manter aquecidos e em movimento.
Por último, Zunino diz que é essencial manter os animais em uma distância segura na qual eles possam ser observados. Essa dica é de extrema importância, afinal, em qualquer sinal de sofrimento, devem ser tomados cuidados imediatos com os bichinhos, para evitar que a situação se agrave.
Como saber se meu pet está com frio?
O principal fator a ser observado para saber se seu pet está ou não com frio são os tremores que o mesmo produz para gerar calor em sua pele.
Quando os bichinhos procuram por lugares mais quentes na casa, ou então querem colo e carinho constante, também é sinal que o animalzinho de quatro patas possa estar sentindo frio.
O médico veterinário lembra que, se os ambientes de sua casa estiverem gelados, é importante colocar tapetes ou cobertores espalhados pela residência, a fim de evitar que o frio passe até eles. Dispor de água potável e alimentos para os animais também são maneiras de evitar que eles se sintam desconfortáveis com as temperaturas.
Se o animal já possui uma dieta balanceada, é importante segui-la, afinal, o cão ou o gato necessitam de calorias para se manterem aquecidos internamente.
Como proceder em casos de hipotermia
Caso desconfie que seu animal está em sofrimento, providencie cobertores, papéis ou jornais para manter o calor corporal. Aquecê-los de forma indireta, através de garrafas pets com água aquecida dentro também é uma boa forma de elevar a temperatura do corpo do animal.
Mas, cuidado! Não aproxime demais a garrafa do animal, para evitar queimaduras.
Ainda fica a dica para os donos: tenha sempre em mãos o contato de um veterinário confiável em casos de emergência!
E quanto aos peixes?
Os peixes também precisam de uma atenção especial durante o inverno. Com termostatos e aquecedores é possível manter a temperatura da água sempre estável, contribuindo com o bem-estar e saúde desses animais.
Evitar a troca ou o manejo dessas espécies também é importante, pois esse fator gera estresse aos animais. O estresse, consequentemente, reduz a imunidade, que durante os dias frios, já é automaticamente colocada à prova.
Animais de grande porte
Para os que trabalham com aves, os especialistas do CRMV-SC indicam que o produtor deve proporcionar aquecimento ao aviário, a fim de manter o ambiente confortável e ideal aos animais jovens.
Mesmo que aqueles na fase adulta tenham melhores condições de enfrentar o frio, eles demandam maior energia para se aquecer. O combustível dessa energia vem dos alimentos, que devem ser entregues às aves em quantidades suficientes e com a qualidade ideal, para que não haja reflexos negativos no bem-estar e na produção.
Conforto dos suínos
A adoção de cortinas nas instalações e de camas de cepilho nas baias são estratégias que podem ser adotadas para manter o conforto térmico dos suínos. Evitar o uso de água para lavar as baias, com exceção dos horários mais quentes do dia, também são medidas recomendadas pelos veterinários.
Para saber se a temperatura do local está inadequada, atente-se ao comportamento dos leitões dentro das baias: os animais apresentam sinais visíveis de tremores e amontoamento uns sobre os outros nessas situações.
E para os equinos?
Nesse caso, os animais preferem camas de palha e procuram abrigos apenas em casos de chuva ou vento forte. Dessa maneira, a tosa não deve ser feita durante o inverno, a fim de evitar o resfriamento dos animais nos campos abertos.
Os potros precisam de atenção especial, por serem mais susceptíveis às baixas temperaturas. Para isso, é importante alimentar bem o animal, aumentando a energia na dieta, por meio da adição de gorduras nas refeições.
Gados de leite e de corte
Os animais jovens ou mal nutridos devem ser, especialmente, protegidos do frio. Uma estratégia que pode ser adotada, seguindo indicações dos veterinários da CRMV-SC, é deixá-los em locais secos e com abrigo do vento.
O gado adulto também inspira cuidados. Caso haja dano nas pastagens cultivadas por conta do frio, estratégias alimentares podem ser adotadas: a suplementação com silagem, feno ou pré-secados são recomendadas para manter a dieta dos animais rica, abastecendo-os com os nutrientes necessários para que se mantenham aquecidos.
Apicultura e cuidados com as abelhas
O frio intenso pode provocar o resfriamento do ninho e a morte de larvas nos apiários. Por isso, os apicultores devem evitar abrir as caixas que contêm as abelhas, a fim de evitar a perda de calor e o gasto de energia e alimento para levar a temperatura às condições adequadas mais uma vez.
Caso a colmeia esteja com melgueira – cortiços destinados à produção de favos de mel – ou sobreninho é recomendado o uso de um “poncho” para evitar a perda de calor nos períodos de temperaturas extremas.
Por fim, os animais silvestres
De acordo com o médico veterinário Rafael Sales Pagani, membro da Comissão Técnica de Animais Silvestres do CRMV-SC, o ambiente onde os animais silvestres – sejam eles répteis, aves, anfíbios ou mamíferos – são alojados devem oferecer abrigo contra as variações climáticas.
Um incremento calórico na dieta desses animais durante o período de inverno também é recomendado pelo especialista, afinal o gasto energético para manter a temperatura corporal é muito elevado durante esta época do ano.