Cidades de SC, incluindo Joaçaba, registram umidade do ar igual à do deserto do Saara

Índices de umidade relativa do ar em 244 cidades brasileiras estão iguais ou abaixo dos registrados no deserto do Saara.

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Foto: NSC
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Quatro cidades de Santa Catarina estão na lista dos 244 municípios que registraram umidade relativa do ar igual ou menor do que os parâmetros do deserto do Saara nessa terça-feira (3). Bom Jardim da Serra e Caçador registraram 15% de umidade, Curitibanos 16% e Joaçaba 17%, de acordo com o Inmet.

Os indicadores de umidade relativa do ar costumam variar entre 14% e 20% no deserto do Saara, no Norte da África. A onda de calor que afeta boa parte do país nesse início de setembro somada à falta de chuva intensificaram a seca que se estende há mais de 100 dias em algumas cidades.

Estados como o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tiveram máximas de 40°C nessa terça, e cidades de São Paulo e Minas Gerais tiveram termômetros marcando 39°C. O calor fez com que a umidade “evaporasse” e chegasse a níveis alarmantes.

Outro patamar de comparação é o deserto do Atacama, no Chile, o deserto mais seco do mundo, onde foi registrada umidade de 5%. No Brasil, dez cidades se aproximaram do índice, com 7% de umidade.

Qualidade do ar afetada por fumaças de queimadas

A Defesa Civil de Santa Catarina alertou na terça-feira para a piora da qualidade do ar no Estado por conta do aumento das queimadas nas regiões amazônica e central do Brasil.

Os meteorologistas do órgão explicam que o fenômeno pode estar relacionado ao El Niño, que trouxe mais chuvas para o Sul enquanto a estação chuvosa da região central do país ficou mais seca que o normal. Com isso, se agravou a possibilidade do surgimento de queimadas.

Ventos de norte, em especial Jato de Baixos Níveis (JBN), têm trazido essa fumaça para Santa Catarina.

— O JBN é um fluxo de ar quente e úmido da Amazônia, que, em condições pré-frontais, intensifica o transporte de fumaça para o Sul do Brasil, especialmente nos dias que antecedem a chegada de frentes frias — explica o monitoramento da Defesa Civil.

Imagens de satélite têm captado a fumaça sobre o Estado, que também pode ser percebida pela coloração avermelhada do céu no entardecer e amanhecer. O fenômeno pode afetar a visibilidade e causar risco para a saúde pública, em especial para as populações mais vulneráveis.

A previsão é que a fumaça continue até que as queimadas sejam controladas, ou até que a chuva retorne para essas regiões, o que deve ocorrer entre primavera e verão.

A recomendação da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina é aumentar a ingestão de água e monitorar possíveis sintomas de irritação respiratória, como tosse, dificuldade para respirar e irritação nos olhos.

Fonte:

NSC

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