Caso de Hantavírus registrado na região

O Departamento de Vigilância Epidemiológica (DIVE) de Videira confirmou um caso de hantavirose no mês de agosto.

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O Departamento de Vigilância Epidemiológica (DIVE) de Videira confirmou um caso de hantavirose no mês de agosto. A vítima, uma mulher que teve sua identidade preservada, foi internada e passou alguns dias no Hospital Salvatoriano Divino Salvador. Ela recebeu atendimento médico após ter contato com fezes e urina de ratos silvestres. A doença, se não tratada de forma rápida, pode levar a morte.

O DIVE foi comunicado da suspeita e coletou material da vítima para ser analisado no Laboratório Adolfo Lutz, em São Paulo. O resultado foi positivo para hantavirose. Este foi o primeiro caso registrado no município em 2011. Segundo a coordenadora do órgão, Neuza Delazeri, no ano passado não foram registrados casos. “Em 2009 é que tivemos três confirmações de pessoas que contraíram o vírus da hantavirose”, diz. Ela alerta para que a população tome algumas precauções com os ratos, enfatizando que são medidas preventivas para o controle destes roedores. “Cuidados como manter o interior da casa e o jardim limpos, evitar contato direto com roedores, deixar garagens e salas abertas para uma melhor ventilação, conservar de forma correta alimentos, mantendo-os em compartimentos fechados e que não deixem acessos aos animais são algumas”, informa. A hantavirose é uma doença séria, com taxa de mortalidade alta. Não há um tratamento específico, mas, em alguns casos, é necessária a internação em unidade de tratamento intensivo para controle das funções renal e hepática. “Não houve óbito, mas em casos não tratados a doença evolui muito. A confirmação deste caso sinaliza que as medidas de orientação sobre cuidados preventivos devem ser intensificadas”, orienta Neuza. Ela acrescenta que deve haver especial atenção para a zona rural do município. “São os ratos silvestres que transmitem a doença. Ele se alimenta e se abriga onde há braquiária, depósito de milho, silos de armazenagem e construções. Onde há comida, cresce ainda mais o risco de contaminação. Neste caso, é difícil dizer onde a paciente teve contato, pois teríamos de fazer um levantamento das últimas semanas dela sem a doença”, afirma. A hantavirose tem um período de incubação, ou seja, desde a aquisição do fator que causa a doença até ela se manifestar, que varia de uma a seis semanas. Sinais mais comuns da doença são febre, dores de cabeça e musculares. Há também indícios quando for registrados problemas respiratórios. “A evolução para um quadro grave pode ocorrer dentro de 72 horas. Por isso é necessária a rapidez no encaminhamento do paciente diretamente ao hospital”, completa. Com o surgimento deste caso, cresce a preocupação quanto a possibilidade de outros serem registrados em Videira. Locais onde existe a presença de ratos merecem atenção e controle. Empresários estão sendo obrigados pelas Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica a manterem seus estabelecimentos sob controle destes animais, evitando, assim, a possiblidade de doenças. O diretor da Desinsetizadora Prisul, Arlindo Bonato, explica que há dois tipos de ratos: urbanos e selvagens. Na primeira categoria se encaixam a ratazana, o rato-preto-de-telhado e o camundongo. Na segunda, principalmente, o rato do mato. “Mais fácil de descobrir quem é quem pelo local. Aquele rato que encontramos no interior, nas propriedades rurais, são os selvagens. Eles não gostam de lugares fechados. Aqueles da cidade não são tão perigosos, mas é necessário evitar o contato”, ressalta. Para o combate seguro e eficaz, a empresa utiliza uma espécie de adesivo e de raticidas. O adesivo é mais usado em empresas. Os ratos são atraídos por iscas e acabam grudados, usados, principalmente no interior dos estabelecimentos. Com raticidas, os roedores acabam ingerindo um produto químico que origina uma hemorragia interna. Depois de dois ou três dias acabam morrendo. “Mas são produtos que não causam mal ao homem. Porém, deve sempre ter cuidado para evitar contato desprotegido, por precaução”, recomenda. Essas iscas têm a função de atrair o roedor pelo olfato e induzi-lo ao consumo contínuo, de forma a desestimulá-lo a ingerir seu alimento habitual. Algumas iscas são constituídas de cereais quebrados, farinhas ou peletizadas. A escolha do componente atrativo da isca leva em consideração os hábitos alimentares da população de roedores que será controlada. “Antes de agirmos tentamos identificar o tipo de rato que está próximo do local. Pelas fezes conseguimos saber qual a espécie de roedor que está no local”, explica Bonato. O profissional acrescenta que o maior perigo está para residência próximas de rios, riachos, córregos e açudes. Estes locais servem como abrigo para ao ratos selvagens, que são os principais transmissores da hantavirose. “Apesar de que, hoje em dia, há cruzamento entre os dois tipos de ratos e acaba dificultando a identificação deles. As informações relatam que são os selvagens que transmitem a doença, mas temos de controlar e cuidar também com os urbanos”, completa. Os preços para este serviço variam de caso para caso. Normalmente é feito um levantamento do local em que o cliente quer que seja feito a desratização. Pode variar de R$ 100,00 a R$ 1000,00, dependendo do tamanho da propriedade. COMO EVITAR A DOENÇA A melhor forma de evitar a doença é manter os ratos transmissores longe das instalçaões residenciais. Para isto, alguns cuidados devem ser tomados, como colocar toda comida em sacos ou caixas fechadas e acima do chão a pelo menos 50 centímetros. Deve-se também deixar o lixo fora de casa, em latões fechados, bem como limpar a área ao redor da casa, derrubando todo tipo de mato crescente. Manter as rações animais fora da casa e longe do alcançe dos ratos também podem prevenir a contaminação. COMO LIMPAR OS AMBIENTES É importante que todos os locais fechados sejam limpos corretamente, desta forma, é necessário usar água sanitária, sem varrer, deixando-a agir por 20 minutos onde houver fezes ou urina de roedores, sempre usando máscara e luvas. Caso algum rato morto seja encontrado, o procedimento é jogar a água sanitária no local e no roedor, quando deverá ser enterrado ou queimado. É fundamental também usar luvas e máscaras neste processo. QUEM PODE PEGAR O HANTAVÍRUS? Devido aos lugares específicos onde os ratos transmissores do hantavírus se alojam, algumas pessoas estão mais sujeitas a contrair o vírus fatal, como agricultores, pescadores, trabalhadores de áreas de reflorestamento, quem vive ou trabalha no campo e quem varre locais fechados, como galpões, paóis, armazéns, e casas rurais. CONSCIÊNCIA Os paióis utilizados para armazenagem de grãos se configuram como um dos alvos preferidos do rato transmissor da hantavirose. Ele, que vive no mato, só sai de lá quando não encontra alimentos, refugiando-se nestes estabelecimentos, até estar saciado. Ali, despeja urina e fezes, que ao serem aspiradas pelo homem, acabam por contamina-lo. Por isso existe a recomendação de abrir as janelas antes de manipular o que há estocado nos paióis. Além disso, ele mostra formas alternativas de impedir a entrada do rato no estabelecimento, com a colocação de latas nos pilares e distanciamento do solo. Recomendações como a de não varrer o local, para que a poeira não levante e seja aspirada, também são de muita importância para evitar a contaminação. Nós fazemos reuniões constantes com os técnicos das prefeituras, expondo estas situações, pra que eles repassem aos seus munícipes. Mesmo depois de morto, o rato do mato tem condições de contaminar o homem, por isso a recomendação é de que ele seja retirado com auxílio de luvas e máscara e enterrado a 30 centímetros do chão. Sua mordida também é perigosa e pode, igualmente, transmitir a hantavirose. Prevenção - Não deixar a casa fechada por muito tempo; - Não plantar nada a menos de 30 metros de distância da casa; - Manter o mato em volta da casa sempre cortado; - Não deixar madeira, lixo ou folhas acumuladas perto da casa; - Não comer frutos caídos ou próximos do chão; - Tapar todas as frestas e buracos por onde o rato pode passar; - Não deixar restos de ração ou comida ao alcance dos ratos; - Evitar deixar o lixo espalhado; - Guardar grãos ou qualquer alimento a uma altura mínima de 40 centímetros do chão; - Nunca tocar no rato. QUEM ESTA MAIS EXPOSTO Agroicultores Pescadores Trabalhadores em áreas de Reflorestamento Quem mora no campo Quem varre locais fechados

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