Capricho e tradição! Morador de Herval d´Oeste mantém adega há mais de 30 anos

Conheça a adega do Carlão, com uma reserva de vinhos feitos por ele e que reúne belas histórias.

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Ir para a casa do Carlão, seu Carlos Tratsk, e da dona Terezinha tem que ser um programa que disponha de tempo. O motivo é que depois de chegar no endereço, no centro de Herval d´Oeste, é fácil ficar com aquela vontade de aproveitar os minutos e não ir embora tão cedo. A conversa é agradável e cheia de histórias.

E o Carlão tem muitas pra contar! Ele nasceu em Herval, morou em frente a antiga estação ferroviária, onde hoje é a Escola de Samba Unidos do Herval, que ajudou a fundar, assim como o desfile das escolas de samba. Foi atleta profissional de futebol pelo Cruzeiro Atlético Clube, time histórico de Joaçaba, e tem até o registro feito pela antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), veja abaixo.

Carlão atleta.
Carlão atleta.

Confesso que a minha ida e a do cinegrafista Jean Carlos Fernandes foi para uma reportagem com outro tema e assunto, desconhecia o verdadeiro tesouro que o Carlão guarda no porão da casa há mais de 30 anos, quando começou a fazer a adega e seus vinhos. É isso mesmo, ele é quem faz os vinhos que estão na adega e que inclusive levam o rótulo com seu nome. Carlão abre a porta com cerimônia e diz que não é "qualquer um" que conhece o local.

"Vocês vão agora conhecer um espaço da minha casa que não é todos que conhecem, por que nem todos tem o gosto pelo vinho. Vocês vão descer na minha adega. Eu agradeço e fico lisonjeado com a presença de vocês".

Depois do convite e de descer as escadas vem a surpresa. São centenas de garrafas de vinho, datadas desde a década de 80 até as mais recentes, que embelezam o espaço que fica no subsolo, como tem que ser uma boa adega.

Um dos vinhos com o rótulo do Carlão
Um dos vinhos com o rótulo do Carlão

"Quem vem aqui em casa não toma cerveja ou whisky, toma vinho. Assim vamos consumindo e presenteando os amigos". Revela Carlão.

A variedade de uvas usadas para fazer o vinho é grande e Carlão garante que cada safra tem as suas qualidades e que o processo garante um vinho diferenciado.

"Eu faço ele diferente das cantinas. Debulho toda a uva, deixo os grãos e depois escolho, como se faz como o feijão que é escolhido antes do preparo, deixando só os melhores grãos, o cacho eu jogo fora. Assim faço um vinho que é para o meu gosto".

Carlão mostra a adega que construiu em casa.
Carlão mostra a adega que construiu em casa.

A adega encanta pelo ambiente e nos remete ao silêncio, já que os "moradores das garrafas" não gostam de agitação. "O vinho está dormindo. Numa adega nunca levante a voz, fale baixinho, por que o vinho só quer ser acordado na hora certa". Fala Carlão em tom de poesia, o que não é difícil incorporar no lugar.

Terminamos a visita assinando o livro que reúne os dados de todos os visitantes e também fazendo um texto em outro livro, no qual o visitante deixa as suas impressões do local. É uma forma de guardar e documentar cada conversa e deixar no papel os sentimentos que tomam conta ao conhecer o local.

Em meu texto dedicado ao casal, deixei o recado que o vinho não é só bom pelo sabor, mas acima de tudo por aproximar as pessoas em momentos especiais. Afinal, o vinho é melhor quando desfrutado junto aos amigos.

Em breve a reportagem em vídeo!

Dona Terezinha e Carlão, anfitriões de histórias e gentilezas com os visitantes. (Retiramos as máscaras somente para a foto!)
Dona Terezinha e Carlão, anfitriões de histórias e gentilezas com os visitantes. (Retiramos as máscaras somente para a foto!)

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