Boa notícia: BRF de Herval não será vendida
Boa notícia: BRF de Herval não será vendida
A BRF Brasil Foods vai colocar à venda as unidades de Salto Veloso e Lages, em Santa Catarina, no pacote de alienação de ativos imposto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como condição para sua criação. A informação foi dada na sexta-feira pelo presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Alimentação de Santa Catarina (Fetiaesc), Miguel Padilha. Ontem, a assessoria de comunicação da BRF confirmou que as duas unidades serão postas à venda.
Padilha foi comunicado sobre a decisão por representantes da BRF durante reunião realizada em Videira, no meio-oeste catarinense, na sexta-feira, com a presença de sindicatos de trabalhadores da indústria de carnes e alimentação no Estado. Segundo Padilha, a empresa deve preservar a unidade de Videira, berço da Perdigão em Santa Catarina. A BRF também confirmou essa informação ontem, por meio de sua assessoria. Na cidade de 47 mil habitantes, havia a preocupação com a possível venda da unidade da BRF, que emprega cerca de 3,5 mil trabalhadores e abate 350 mil aves por dia em três turnos de produção. Videira abate também 3,5 mil suínos por dia. Mas a unidade de Salto Veloso, que fica a cerca de 40 quilômetros de Videira, deverá ser colocada à venda no pacote que prevê a alienação de 30% da capacidade produtiva da Brasil Foods. A fábrica emprega cerca de 600 trabalhadores que produzem hambúrgueres e outros itens processados de carne, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados, Indústrias de Alimentação e Afins de Videira (Sintricavi). O abate de suínos também seria alienado, conforme Miguel Padilha. Em Lages, a produção da Perdigão é concentrada em pizzas e pratos prontos. De acordo com o dirigente, a fábrica emprega cerca de 550 trabalhadores. Em Santa Catarina, Sadia e Perdigão, cuja união deu origem à Brasil Foods, mantêm cerca de 20 mil trabalhadores em suas unidades e operações, estima o presidente da Fetiaesc. Ele espera que a compra das operações seja feita por uma empresa com saúde financeira para investir e manter as unidades, para minimizar o impacto sobre os trabalhadores. Segundo o presidente da Fetiaesc, a determinação do Cade de que a compradora precisaria manter as operações por no mínimo seis meses não traz segurança ao trabalhador. Na quinta-feira passada, a BRF já havia anunciado a venda dos ativos de sua controlada Excelsior, em Santa Cruz do Sul (RS), como parte do acordo com o Cade para permitir sua criação.