Arquitetos e urbanistas apresentam proposta de revitalização da Praça da Catedral

Projeto cria interligação entre praças e um eixo que conecta espaços públicos, priorizando circulação de pedestres.

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Fotos: Divulgação
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Uma iniciativa de arquitetos e urbanistas tem o intuito de revitalizar a Praça da Catedral, no Centro de Joaçaba, apresenta uma proposta com interligação com a Praça Adolfo Konder, por meio de espaços públicos que conectam usos e atividades diversas, qualificam os lugares e priorizam a circulação de pedestres.

Sensibilizados com as atuais condições de deterioração da praça, um grupo de Arquitetos e Urbanistas de Joaçaba, Herval d’Oeste e Luzerna, que integram o "Movimento Oficina Urbana", se propôs a desenvolver uma proposta de revitalização desses espaços.

O projeto foi finalizado no dia 01 de novembro de 2018 e postado na página do Facebook Oficina Urbana nesta terça-feira (27). De acordo com o texto que acompanha o projeto, o grupo entende que Joaçaba, cidade centenária, possui qualidades urbanísticas e naturais que se entrelaçam em uma trama de espaços que podem ser conectados ou reconectados.

Fotos: Divulgação
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O grupo analisou a necessidade de lançar um olhar mais amplo sobre o local, incorporando uma área maior, que extrapola os limites da praça. A área compreenderia a ligação da Praça da Catedral com a Praça Adolfo Konder e daria forma a uma proposta já contida no projeto do Parque Linear Rio do Tigre - uma proposta desenvolvida por professores da Unoesc e está em fase de captação de recursos para sua viabilização. Este projeto, que inicia na ponte em frente ao Bonato Couros e termina na foz do rio, possui várias “portas” de entrada, que identificam espacialmente e simbolicamente os principais acessos ao parque linear. Dentre as portas, está a “Porta da Cidadania”, localizada nas imediações da Praça Adolfo Konder, que se conecta com os caminhos de pedestres e ciclovia do parque e, do outro lado do Rio do Tigre, com o teatro.

O projeto do grupo tem como ponto de partida interligar ambos os lados do Rio, com a proposta para a Praça da Catedral e o Eixo da Cidadania, o qual corresponde ao espaço de ligação entre as praças da Catedral e Adolfo Konder, denominado Portas da Cidadania no projeto do Parque Linear. Foram desenvolvidos quatro setores:

• Praça da Catedral

• Via compartilhada

• Edifício cultural

• Passarela

Fotos: Divulgação
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A praça conta com amplos espaços de circulação que organizam os demais espaços de estar, eventos, apresentações e lazer. Como forma de preservar seu uso única e exclusivamente para as pessoas, com segurança, conforto e opções de circulação, lazer e entretenimento, de imediato se descartou a possibilidade de uso/circulação/estacionamento de veículos sobre a mesma. Está organizada em três setores. O primeiro, onde se localiza o atual palco, dispõe de um pequeno palco para eventos, que pode ser utilizado também pelos alunos do colégio CERT. Neste setor também estão localizados dois quiosques com espaço para mesas e sanitários acessíveis. O segundo setor, central, caracteriza-se pela cobertura que une dois pórticos. O pórtico de acesso ao colégio e o pórtico de acesso às vagas de estacionamento das vans escolares. Esta cobertura permitirá a realização de eventos em qualquer tempo, como feiras, apresentações, exposições, etc. além de proteger os alunos e demais usuários em dias de chuva. O terceiro setor, na esquina, caracteriza-se pelos espaços lúdicos e introspectivos. Abriga o espaço cívico, espaços de estar e jogos, além de jatos d’água (gêiseres) para as crianças.

A via compartilhada - na Rua Roberto Trompowski, inicia na faixa de pedestres em frente aos Correios e termina adiante do Teatro Alfredo Sigwalt, em outra faixa de pedestres. Tem como objetivo tornar o trânsito de veículos mais lento neste local, além de permitir maior fluidez na circulação de pedestres. O nível da rua terá o mesmo nível das calçadas, sendo segregada por balizadores. O grupo propõe o alargamento da calçada em frente à AMMOC, dos atuais 2m para 3m, proporcionando maior segurança e conforto aos pedestres.

Já o Edifício Cultural a ser implantado ao lado do Teatro é uma edificação de propriedade do município, e poderá abrigar usos como Biblioteca Pública, museu e salas de exposições, além de serviços de apoio. O pavimento térreo é parcialmente livre, proporcionando acesso à passarela por meio de espaços livres, com rampas, escadas, floreiras e espaços de estar. O segundo pavimento terá uma ligação, por meio de passarela, com o teatro, permitindo que o mesmo possa fazer uso deste pavimento para abrigar usos e atividades de seu interesse. O edifício conta ainda com um terraço na parte frontal, destinado a espaços de estar e leitura ao ar livre.

A passarela conecta ambas as margens do Rio do Tigre, possibilitando a integração dos dois setores da cidade. Permitirá também o acesso aos caminhos do Parque Linear do Rio do Tigre. Esta ligação possui grande importância no contexto geral da proposta, visto que, além de proporcionar uma nova via de circulação no centro da cidade, recuperará o contato visual e a acessibilidade ao Rio.

Fotos: Divulgação
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O projeto tem autoria de Jaison Strapassola. Arquiteto, Jonas Antonio Molin e Marco Aurelio Bissani.

E conta com a colaboração: Ismael Jose Savaris. Arquiteto; Lara Franzoi Rodrigues dos Santos. Arquiteta; Wilton Werner Zukowski, Arquiteto.

Modelagem e renderização: Angelo Rosanelli Neto.

O projeto tem apoio do Rotary Club de Joaçaba e da Sociedade de Cultura Artística de Joaçaba e Herval d' Oeste (SCAJHO)

Sobre a Praça da Catedral - em 2003 o local era um pátio britado utilizado para estacionamento e para circulação de pessoas. Após sua reformulação, naquele ano, passou a se denominar Praça da Catedral e abrigou uma série de usos e funções, como circulação, eventos festivos, feiras e outros. Seu conceito, caracterizado por ser uma praça “seca”, teve o intuito de oferecer a opção de usos que uma praça “verde” como a Adolfo Konder não oferecia. Neste sentido vinha cumprindo com a vocação proposta a ela. Ocorre que, ao longo dos últimos anos, com a intensificação do uso da mesma para estacionamento, a degradação do seu espaço e, notadamente, a degradação do seu pavimento, contribuiu para o seu quase abandono como praça, dando lugar ao rotineiro uso para estacionamento, o qual se tornou preponderante e motivo para o afastamento da população que tinha ali uma opção de espaço público de qualidade.

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