Acusado de degolar mulher é preso em Videira

Acusado de degolar mulher é preso em Videira

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A Polícia Civil prendeu preventivamente na tarde da última terça-feira, dia 2, Orlando de Andrade Truylio, 48 anos, autor confesso da tentativa de assassinato da ex-mulher, Eugênia Orzechowski, 39 anos. O pedido de prisão foi feito pela garantia da aplicação da lei penal e pela conveniência da instrução criminal.

Eugênia levou uma facada no pescoço no domingo, dia 31, por volta da 1h30, na sua casa na rua Campinas, no Loteamento Forlin. Ela está internada em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Salvatoriano Divino Salvador (HSDS). Seu quadro não havia apresentado melhora até a tarde de ontem. O delegado da Delegacia de Polícia da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso(Dpcampi), André Luiz Bermudez Pereira, diz que o inquérito foi recebido na segunda-feira e já ouviram as testemunhas e representou pelo mandado de prisão de Truylio. “Conseguimos cumprir o mandado ontem, visto que foi emitido no início da tarde”. A investigação foi uma ação conjunta da Dpcami com a comarca, através dele e dos delegados Tiago Nogueira e Fabiano da Rocha. A polícia já estava campanando Truylio para ter certeza de que não fugiria da cidade e o prenderam na terça-feira. “Ele não resistiu a prisão acompanhando os policiais tranquilamente e agora foi iniciado um novo interrogatório de Truylio logo após a prisão”.O delegado explica que Truylio foi liberado porque sempre que alguém se apresenta a polícia não é possível fazer o flagrante por uma questão legal. “Se o sujeito foi perseguido ou preso enquanto estava cometendo o crime é possível fazer o flagrante. Ele foi liberado, mas sob a guarda dos policiais que o vigiaram o tempo todo”.Segundo ele, a Dpcami trabalha em conjunto com a Delegacia da Comarca. Truylio não tinha passagem pela polícia, mas a polícia teve testemunhas que disseram que ele ameaçava a ex-mulher há algum tempo. “A vítima não ia até a delegacia para fazer o registro de ocorrência e, com isso, não requeria medidas protetivas. É importante que a mulher vítima de ameaças vá até a Dpcami para registrar a ocorrência”.O delegado acentua que a mulher que for agredida ou ameaçada pelo marido deve sempre buscar ajuda na Polícia Civil. “Ela deve registrar o que está ocorrendo na delegacia da Mulher e se necessário for, fazer o pedido de medidas protetivas. Mas devem ser ocorrências graves, porque lá não é o local para se fazer pedido de separação”. Ele frisa que pedidos de separação e de alimentos devem ser endereçados via advogado no juízo de família. “Na delegacia, cuidamos de crime. A mulher que está sendo subjugada, agredida e ameaçada pelo marido tem a proteção a Lei Maria da Penha e toda a atenção da Polícia Civil”.Bermudez Pereira salienta que Truylio está sendo enquadrado em tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. “Ele pegou a ex-esposa de surpresa e desferiu uma facada na jugular. Isso demonstra a intenção dele matar”. Eugênia é muito querida pelas amigas que sentem sua falta no Pame, onde estava trabalhando. Uma delas, que não quis se identificar por medo de represálias, disse que Eugênia estava separada de Truylio há cerca de seis meses. Os motivos eram vários, mas os principais eram que ela apanhava do ex-companheiro, que ele incomodava muito e não ajudava nas despesas da casa. Eles estavam juntos desde 1999. “Ela estava cansada do relacionamento e queria só paz e ser feliz”. Truylio incomodava Eugênia para que o relacionamento fosse reatado, conta esta amiga. Diante das negativas da ex-mulher, ele acabava ficando violento e a estava ameaçando de morte. Ela não foi até a polícia para registrar um Boletim de Ocorrência (BO) sobre as ameaças. A vítima sofria de depressão e tomou medicamentos por vários anos e chegou a se afastar do emprego devido a doença. Agora, ela estava numa nova fase da vida e havia abandonado os medicamentos porque queria se livrar da doença por si só, demonstrando muita força de vontade. Aliás, Eugênia tinha muita força interior o que era demonstrado no dia-a-dia. Cursava faculdade de serviço social na Uniarp de Caçador, vendia cosméticos e roupas, além do trabalho formal no Pame. Era muito esforçada e batalhava para ter uma vida melhor. A amiga de Eugênia acredita que ela não estava se relacionando com ninguém ultimamente, mas o crime pode ter sido motivado por ciúmes. “Ela contou que havia perdido o amor porque ele não ajudava em casa. Depois começaram as agressões. Os vizinhos estavam acostumados com os gritos dela, quando ele surrava minha amiga”.Eugênia trabalhava no Hospital Salvatoriano Divino Salvador (HSDS) antes de conhecer Truylio. Ele quebrou uma perna e ficou hospitalizado e começaram um relacionamento. Se conheceram no hospital, onde o amor começou. Agora ela está entre a vida e a morte no mesmo hospital e pode perder a vida.

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