“Parecia uma boneca”, diz delegada sobre suspeita de hipnose em estupro em loja de SC
Vítima foi abordada por homem de 70 anos com "proposta de evangelização".
“Ela parecia uma boneca na mão dele”. Foi assim que a polícia descreveu como a mulher de 24 anos estava no momento em que foi estuprada na tarde de quinta-feira (22), em Joinville, no Norte de Santa Catarina.
Nesta sexta-feira (23), a Dpcami (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) e a Polícia Militar realizaram uma coletiva para dar detalhes sobre a investigação.
O caso ocorreu na tarde de quinta-feira, em uma loja localizada no Centro da cidade. Em depoimento, a mulher contou que o homem, de 70 anos, teria entrado na loja com uma “proposta de evangelização” e que, neste momento, teria a “hipnotizado”.
Depois, ele a estuprou nos fundos do estabelecimento e fugiu, conforme a polícia. Ao todo, ele ficou uma hora no local. A vítima estava sozinha no momento do crime.
“Ela foi encontrada em estado de choque e com sinais que apontavam que ela tinha sofrido algum abuso. Logo que ele fugiu, ela entrou em contato com o marido, que ligou para a Polícia informando sobre o fato”, explica o tenente-coronel e comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, Celso Mlanarczyki Júnior.
“A gente viu pelas câmeras que ele entrou e informou que foi no intuito de evangelizar, e empreendeu um tipo de ritual. Ele escrevia três frases no papel, e eles faziam algum movimento. Em seguida, ela entregou o dinheiro e ele pratica o ato sexual com ela. Nas imagens ela parecia uma boneca na mão dela”, detalhou a delegada da Dpcami, Claudia Gonçalves de Lima.
Imagens e prisão
Com isso, as equipes coletaram as primeiras imagens e começaram as buscas pelo autor, com apoio da Polícia Civil, do Helicóptero Águia e da Polícia Militar do Paraná.
“Depois de investigações, traçamos os possíveis pontos de fuga onde em ele poderia estar. Fizemos campana no local [rodoviária] e encontramos ele”, conta o comandante. O suspeito pelo crime foi preso ainda na quinta-feira, durante a noite, em um hotel próximo à rodoviária de Joinville.
Após a prisão, o homem foi levado para Central da Polícia. Em depoimento, ele alegou que o ato foi consensual.
“Ele confirmou que foi até o local com o objetivo de evangelizar. Mas ele relatou que a situação se deu de maneira consentida”, disse o delegado Pedro Alves.
O suspeito afirmou, ainda, que, no meio da conversa, “eles se sentiram atraídos”. “Porém, no próprio depoimento nós percebemos que ela foi manipulada durante o ato. Ela estava muito abalada e chorou por diversas vezes”, complementou o delegado.
Segundo a polícia, essa não é a primeira vez que o homem, que é natural do Paraná, é preso por violência sexual. Além de passagens por crimes dessa natureza em Santa Catarina, São Paulo e no Paraná, ele também já teria cumprido pena.
Além disso, também há um registro contra ele de crime similar em Joinville, do ano de 2009, segundo a polícia.
A Polícia Civil já pediu a prisão preventiva do acusado, que aguarda a audiência de custódia. A princípio, a investigação está encerrada, a não ser que sejam solicitadas novas diligências.
Ainda segundo a delegada regional de Joinville, Tânia Harada, a vítima receberá apoio psicológico por parte da Polícia Civil.